19 jan, 2025 - 23:51 • Aura Miguel
O Papa Francisco antevê "uma desgraça" se o presidente Donald Trump cumprir o seu programa que prevê expulsar dos Estados Unidos os imigrantes irregulares.
“Será uma desgraça porque faz pagar aos pobres desgraçados que não têm nada a conta do desequilíbrio", disse o Papa, esta noite de domingo, ao canal generalista italiano “TV la Nove”.
"Não pode ser. As coisas não se resolvem assim”, reforçou.
A propósito da libertação, neste domingo, das três jovens reféns israelitas, o Papa agradeceu aos mediadores e voltou a insistir na solução ‘dois povos - dois Estados’ para aquela região porque “a paz é sempre superior à guerra, sempre”.
Numa participação-vídeo a partir do Vaticano, Francisco disse estar melhor do seu braço, após a queda que o vitimou esta semana. O Papa convidou todos à participação no Jubileu e recordou que atravessar a Porta Santa “deve ser uma peregrinação interior e não apenas turismo”.
A propósito do mais recente livro autobiográfico, “Esperança”, escrito com Carlo Musso, já à venda em Portugal, Francisco esclarece que “no último ano, saíram duas autobiografias, uma feita por Carlo Musso e a outra feita por Fabio Marchese Ragona”. E acrescenta que “são ambas importantes!”
Interrogado sobre a razão pela qual recebeu no Vaticano um grupo de transsexuais, o Papa respondeu: “Proximidade. É esta a palavra: proximidade com todos. Todos.”
Francisco comentou ainda, com sentido de humor, alguns episódios sobre a sua eleição papal que se podem ler no livro “Esperança”. Quando se preparava para subir à varanda da Basílica de São Pedro e saudar o mundo pela primeira vez, tropeçou. “Fui saudar o cardeal Dias, que estava numa cadeira de rodas, não vi o degrau e tropecei. É curioso: o Papa infalível começou cum uma coisa falível”, comentou.
Interrogado pelo popular apresentador televisivo Fabio Fazio sobre o que pensou quando o elegeram Papa, Francisco respondeu: “Estão loucos, mas seja o que Deus quiser."