22 jan, 2025 - 13:27 • Henrique Cunha
A nova presidente da Associação dos Juristas Católicos, Inês Quadros, diz à Renascença que a "eutanásia é uma questão que não está fechada" e que "toca particularmente no coração do jurista católico".
“A existência de processos legislativos em áreas que tocam particularmente no coração do jurista católico é, naturalmente, importante e, por isso, daremos a atenção que temos dado, sobretudo aos processos legislativos que estejam em curso", garante.
"É uma questão que não está fechada, pelo contrário. Portanto, será certamente assunto da nossa atenção, interviremos sempre que a isso formos chamados, em função também da evolução do debate das questões”, acrescenta.
Nestas declarações à Renascença, Inês Quadros promete uma atenção particular aos temas “da defesa da vida, da pobreza e aos temas em que a dignidade das pessoas possa estar em causa", assim como "a defesa dos mais fracos".
Inês Quadros afirma, por outro lado que a missão dos juristas católicos passa também "por chamar a atenção dos agentes políticos para a necessidade de se ter em conta todas as dimensões da vida humana ligadas à pessoa e às suas potencialidades" e é por isso que fala da "questão da habitação, da educação e da sua saúde".
Na sua primeira mensagem aos associados, Inês Quadros reflete sobre o Jubileu da Esperança que a Igreja vive em 2025, por entender que “o mote da esperança é excelente como início deste mandato da nova direção”.
"Os juristas são confrontados diariamente com situações difíceis e muitas vezes põem em causa - em questão - a possibilidade da esperança. Confrontam-se com litígios, confrontam-se com a debilidade, com a dificuldade dos seus clientes, das partes que litigam no tribunal e pode ser uma profissão na qual a esperança pode ser mais difícil de identificar e, portanto, daí essa referência à esperança, ao Jubileu da esperança."
“Gostávamos, no fundo, de recordar que o jurista pode, de facto, ser um instrumento de esperança, ali onde há dificuldade, ali onde há debilidade, ali onde há confronto, o jurista pode ser o instrumento para recordar a dignidade de todos, para recordar a necessidade de justiça e, nesse sentido, parece-me que o mote da esperança é excelente como início deste mandato da nova direção”, reforça.
Inês Quadros é a nova presidente da Associação dos Juristas Católicos, sucedendo no cargo ao jurista José Moutinho, cuja equipa integrava no anterior mandato, como vice-presidente.
Inês Quadros é jurista, professora auxiliar da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, tendo desenvolvido investigação nas áreas do Direito da União Europeia e do Direito Internacional Público.
Da nova direção da AJC fazem parte: Pedro Pereira dos Santos (vice-presidente), Maria Inês Serrazina (tesoureira), Teresa Proença Varão (secretário) e Pedro Maria Simão, Pedro Vaz Patto, José Souto de Moura, Isilda Pegado, Madalena Afra Rosa (vogais).
À frente da Mesa da Assembleia Geral mantém-se Germano Marques da Silva, com José Lobo Moutinho e Miguel Raposo como secretários. O Conselho Fiscal é presidido por José Vaz Serra de Moura, com Maria dos Prazeres Beleza e João Perry da Câmara como vogais.