24 jan, 2025 - 12:20 • Olímpia Mairos
O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, está preocupado com a falta de padres na diocese e revelou, esta sexta-feira, que está em contacto como bispo de Sumbe, em Angola, no sentido de colmatar essa necessidade.
“São 70 os sacerdotes na diocese, para toda a diocese, e temos 40 párocos. Temos que ter em conta que são mais de 300 paróquias, e, portanto, isto já dá uma ideia das necessidades que teríamos para podermos ter uma presença, sobretudo, mais próxima”, diz o prelado.
D. Nuno Almeida reforça a necessidade de mais sacerdotes para “constituir em cada arciprestado equipas com mais padres, sobretudo para poderem valorizar a celebração do domingo”.
“Nós já não conseguimos celebrar o domingo como era antigamente. Portanto, se tivéssemos [mais] dez padres, neste momento, era o ideal. Permitir-nos-ia reorganizar a vida pastoral da nossa diocese."
A solução, ou parte da solução, pode chegar de Angola. D. Nuno Almeida revela que está em diálogo com o bispo de Sumbe com vista ao estabelecimento de um acordo que permita a vinda de sacerdotes para Bragança.
“Eu estou em contacto com o bispo de Sumbe. Estamos, digamos, em diálogo telefónico, por WhatsApp”, diz D. Nuno Almeida.
“Nós temos a vantagem de ter cá o IPB, portanto, é possível termos sempre um ou dois padres que estariam também em formação no nosso Instituto Politécnico, trabalhariam, no fundo, nas paróquias, ajudariam, sobretudo, ao sábado e domingo. Isto permitiria um contacto direto com a vida do nosso povo e, ao mesmo tempo, estavam em formação durante quatro ou cinco anos”, explica.
No encontro com os jornalistas, para assinalar o dia de São Francisco de Sales, o bispo de Bragança-Miranda partilhou também a alegria com uma ordenação sacerdotal, em julho.
“Com a necessidade que temos de padres, para não abandonarmos nenhuma comunidade, mesmo as mais pequenas, o termos a alegria de ordenar um novo sacerdote, para nós é motivo de ação de graças. É sempre um momento de dar visibilidade a um ato e ao próprio testemunho do Nélson, para que outros jovens não tenham medo de avançar, ou pelo menos de pôr a hipótese de poderem abraçar a vida sacerdotal”, vinca.
O prelado aproveitou também para fazer o balanço deste ano e meio à frente da diocese de Bragança-Miranda e diz que “passou velozmente”.
“Tenho tantos motivos para dizer obrigado a tantas pessoas que me receberam, tantas instituições. Foi, sobretudo, um ano em que eu procurei aprender a ser bispo, através da escuta, em primeiro lugar, da Palavra de Deus, também é essa a minha obrigação, mas, sobretudo, também escutando as pessoas, escutando, no fundo, o povo de Deus”, diz.
“Este ano e meio tem sido, sobretudo, de visita, de amizade, de celebração, porque tenho aproveitado também as ocasiões festivas e aceito sempre o convite para ir às festas dos padroeiros ou a outros eventos, porque isto permite entrarmos em comunhão e em diálogo e em escuta das pessoas e das instituições”, completa.