26 jan, 2025 - 15:32 • Aura Miguel
D. Nuno Brás, atual bispo do Funchal e membro do Dicastério da Santa Sé para a Comunicação, olha de forma positiva para a experiência do Jubileu dos comunicadores, que decorreu em Roma neste fim de semana.
“Penso que a experiência do jubileu foi muito boa”, disse em declarações à Renascença.
“Os jornalistas habitualmente contam coisas que os outros fazem. Desta vez, foram eles o objeto deste cuidado da Igreja. Ou seja, foi importante também para os jornalistas viverem estas realidades e a realidade do Jubileu em primeira pessoa”. O bispo destacou ainda a participação de um número elevado de portugueses, cerca de 100, entre jornalistas e profissionais dos média.
Depois da oração do Angelus, a propósito dos 80 an(...)
É preciso narrar coisas verdadeiras e, portanto, defender a verdade para além das inteligências artificiais"
D. Nuno Brás, que também integra a Comissão episcopal para as Comunicações Sociais, destaca, em jeito de balanço, três grandes apelos que o Papa lançou ao mundo da comunicação.
Em primeiro lugar, “é preciso narrar coisas verdadeiras e, portanto, defender a verdade para além das inteligências artificiais, para além daquilo que são, tantas vezes os compromissos dos jornalistas com coisas menos verdadeiras”. Ou seja, “ser capaz de falar a verdade, de procurar e de falar a verdade”.
Depois, o Papa fez um segundo apelo para que sejam verdadeiros consigo mesmos, “porque a verdade não é simplesmente uma coisa para se contar, é, antes de mais nada, uma coisa para se viver e, portanto, o jornalista deve procurar a verdade, a sua verdade, que é Deus. E isto, para um jornalista cristão, é obviamente muito importante”, sublinha.
Francisco optou por não ler o discurso que tinha p(...)
Finalmente, o bispo do Funchal salienta o terceiro apelo lançado pelo Papa no final do Angelus deste domingo, pedindo aos jornalistas que sejam narradores de esperança. “No meio deste nosso mundo que vive tão pouco a esperança, que parece estar condenado à guerra e ao conflito, nós, jornalistas e gente da comunicação, somos muitas vezes causadores de conflitos, por isso, este apelo que o Papa nos faz para sermos narradores de esperança é tão importante”.
D. Nuno Brás considera urgente “incutir esperança”. Porque, mais do que um mero optimismo, “que é uma coisa simplesmente passageira e humana, a esperança que nos importa é qualquer coisa que nos vem de Deus e é qualquer coisa que nós precisamos de narrar e de saber narrar”, concluiu.