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Situação humanitária agrava-se no leste da República Democrática do Congo

28 jan, 2025 - 12:18 • Olímpia Mairos

Bispo de Goma fala em “momento de angústia” numa altura em que a cidade está a ser palco de combates.

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A situação humanitária na região leste da República Democrática do Congo está a agravar-se, na sequência do anúncio da conquista da cidade de Goma - a capital da província do Kivu, Norte por grupos rebeldes apoiados pelo Ruanda.

O bispo de Goma fala num “momento de angústia”, apela ao “respeito absoluto pela vida”, e para que não haja “violência sexual”, em comunicado, enviado à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

D. Willy Ngumbi Ngengele pede o fim da violência e diz que acompanha de perto “e com consternação” a evolução dos acontecimentos, nomeadamente “os atentados bombistas” contra o serviço de neonatologia da maternidade do Hospital Géneral Charité, “que causou a morte de recém-nascidos”.

O responsável da diocese apela ao “respeito absoluto pela vida humana e pelas infraestruturas privadas e públicas, que devem ser respeitadas por todos em todas as circunstâncias, de acordo com a dignidade humana e o direito internacional”.

D. Willy Ngumbi Ngengele faz um “apelo em particular” para que se garanta a proteção da vida, o acesso aos serviços básicos e “para que se evite a violência sexual”.

Assegurando a proximidade e compaixão da Igreja, em especial para com os feridos e famílias das vítimas, o bispo de Goma diz que este é um “momento de angústia” e exorta o clero, bem como todos os fiéis e todas as pessoas de boa vontade, a prestarem ajuda a quem quer que esteja em necessidade.

Já o padre Marcelo Oliveira, um comboniano presente há vários anos na República Democrática do Congo, explicou à Fundação AIS, que os “ataques são uma constante” na região leste do país e que, de facto, se está a assistir a uma tentativa de conquista da capital da província do Kivu Norte.



“Os ataques aproximam-se de uma das maiores cidades do país, Goma. O objetivo é que as forças estrangeiras, nomeadamente o Ruanda, que continua a apoiar as forças do [grupo rebelde] M23, para que possam tomar posse da cidade de Goma. A nível nacional, o exército foi enviado em massa para poder fazer a defesa da cidade, apoiado sobretudo por grupos de milícias civis, chamados Wazalendo, que significa ‘patriotas’. São jovens que procuram defender e apoiar o exército nacional na defesa do território”, explicou o sacerdote à AIS.

De acordo com a Reuters, várias embaixadas europeias e dos Estados Unidos foram esta manhã atacadas em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo a braços com vários confrontos.

Segundo a agência de notícias, o Governo já anunciou o controlo da cidade bem como reforçou a segurança junto das representações diplomáticas internacionais.

Esta manhã, responsáveis da Organização Mundial de Saúde relatavam ataques a serviços de saúde em Goma, onde terão sido atingidos trabalhadores, mas também pacientes incluindo bebés.

Os combates têm sido acompanhados por um aumento de pilhagens e saques sobretudo de alimentos e material médico, o que pode comprometer a ajuda às populações, indica o porta-voz do Programa Alimentar Mundial em Kinshasa, capital do país.

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