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Papa Francisco

A castidade deve mostrar a beleza do amor, sem distorções nem vida dupla, diz o Papa

01 fev, 2025 - 17:24 • Aura Miguel

Na homilia da celebração a que presidiu, Francisco sublinhou a importância dos três votos inerentes à vida consagrada: pobreza, castidade e obediência.

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No Dia Mundial da Vida Consagrada, que coincide com a festa da Apresentação do Senhor, o Papa pediu, este sábado, aos religiosos e religiosas que sejam portadores de luz e esperança para o nosso tempo.

Na homilia da celebração a que presidiu, Francisco sublinhou a importância dos três votos inerentes à vida consagrada: pobreza, castidade e obediência.

A luz da pobreza está radicada na própria vida de Deus, por isso, "a pessoa consagrada, pelo uso livre e generoso de todas as coisas, faz-se portadora de bênção: manifesta a sua bondade na ordem do amor, rejeita tudo o que pode ofuscar a sua beleza – o egoísmo, a avareza, a dependência, o uso violento e para fins de morte – e abraça, em vez disso, tudo o que a pode exaltar: a sobriedade, a generosidade, a partilha, a solidariedade”, afirmou o Santo Padre.

Além das qualidades inerentes à pobreza, também a castidade pode transformar vidas. “Vivemos num mundo frequentemente marcado por formas distorcidas de afetividade, em que o princípio ‘o que me agrada acima de tudo’ leva a procurar no outro mais a satisfação das próprias necessidades do que a alegria de um encontro fecundo”, lamentou Francisco. “Isto gera, nas relações, atitudes de superficialidade e precariedade, egocentrismo e hedonismo, imaturidade e irresponsabilidade moral, em que o esposo e a esposa de uma vida inteira são trocados pelo parceiro do momento, e os filhos recebidos como dom são substituídos pelos filhos ou exigidos como ‘direito’ ou eliminados como ‘incómodo’.”

Tentações diárias

Neste contexto, “a castidade consagrada mostra ao homem e à mulher do século XXI um caminho para curar o mal do isolamento, no exercício de um modo de amar livre e libertador, que acolhe e respeita todos e não obriga nem rejeita ninguém. Que remédio para a alma é encontrar religiosas e religiosos capazes deste tipo de relacionamento maduro e alegre! Eles são um reflexo do amor divino”, comentou.

O Papa considerou importante que nas comunidades se cuide do crescimento espiritual e afetivo das pessoas, a par da formação inicial e permanente, “para que a castidade mostre verdadeiramente a beleza do amor que se doa, e não surjam fenómenos deletérios como o endurecimento do coração ou a ambiguidade das escolhas, fonte de tristeza e insatisfação e causa, por vezes, em sujeitos mais frágeis, do desenvolvimento de verdadeiras ‘vidas duplas’. A luta contra a tentação da vida dupla é quotidiana”

Por fim, a luz da obediência consagrada é também “um antídoto contra o individualismo solitário, promovendo como alternativa um modelo de relação marcado pela escuta ativa, onde ao ‘dizer’ e ao ‘ouvir’ se segue o concreto do ‘agir’, mesmo que à custa de renunciar aos meus próprios gostos, planos e preferências”, afirmou o Santo Padre. “Só assim a pessoa pode experimentar profundamente a alegria do dom, superar a solidão e encontrar o sentido da sua existência no grande projeto de Deus”.

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