01 fev, 2025 - 18:23 • Vasco Bertrand Franco , Olímpia Mairos
"Ninguém vai ser posto de lado", garante D. José Ornelas. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) diz que todos os casos de abusos vão merecer a atenção da Igreja, mas importa para já agir sobre os que já vieram a público.
“Os casos que interessam são aqueles que aparecerem, de pessoas que precisam de atenção, e qualquer pessoa que apareça para entrar neste processo, que está agora em curso até 31 de março”, explica o presidente da CEP.
D. José Ornelas garante, ainda que, “em seguida, também, qualquer pessoa que apareça tem critérios já definidos para ser escutada, ninguém vai ser posto de lado”.
No Encontro Nacional das Comissões Diocesanas, o bispo de Leiria-Fátima defendeu que a sociedade deve fazer um esforço semelhante ao que a Igreja está a fazer porque a maioria dos abusos ocorre no seio familiar.
“Não é no seio da igreja que está o problema maior. O problema maior encontra-se, concretamente, no seio das famílias, e os dados estatísticos dizem-no claramente, e isto não é novidade. Agora, chegar aí é mais difícil”, nota.
Para D. José Ornelas o esforço que tem sido feito por parte da Igreja deve “ser feito pela sociedade, no seu conjunto, para encontrar caminhos de chegar também às famílias e criar esta cultura”.
“E criar, em todas aquelas instituições que colaboram com as famílias, colaborar também numa vigilância maior e numa atenção, e em modos de intervenção que possam acautelar situações destas e possam, sobretudo, criar um lugar são e seguro para as nossas crianças e para os adultos vulneráveis”, aponta o presidente da CEP.