09 fev, 2025 - 11:54 • Aura Miguel
No final da missa do jubileu das forças armadas da polícia e de segurança, o Papa afirmou que o serviço armado “deve ser exercido só em legítima defesa e nunca para impor o domínio sobre as outras nações, observando sempre as convenções internacionais em matéria de conflito”.
Francisco recordou os ensinamentos da Igreja e citou um documento do Concílio Vaticano II (Gaudium et Spes), acrescentando também a urgência do “sagrado respeito pela vida da criação”. Depois, pediu orações pela paz na Ucrânia, Palestina, Israel, Myanmar, em todo o Médio Oriente, em Kiwu (Congo) e no Sudão.
“Calem-se as armas em todo o lado e que se escute o grito dos povos”, pediu ainda, antes de rezar o Angelus.
Na homilia da missa, o Santo Padre teve de pedir ajuda para a leitura do texto. “Agora peço desculpa e peço ao mestre (cerimoniário da liturgia) para continuar a leitura por dificuldades em respirar”, disse o Papa, com voz ofegante, após ter lido os primeiros parágrafos.
Francisco agradeceu aos militares, policias e agentes de segurança os riscos pessoais que correm no exercício da sua missão e exortou-os “a não perder de vista o propósito do vosso serviço e das vossas ações: promover a vida, salvar a vida, defender sempre a vida”.
O Santo Padre pediu vigilância “contra a tentação de cultivar um espírito de guerra” e que não se deixem seduzir “pelo mito da força e pelo rumor das armas”, nem se contaminem “pelo veneno da propaganda do ódio, que divide o mundo entre amigos a defender e inimigos a combater.”
Na homilia, o Papa agradeceu também aos capelães militares. “Eles não servem – como por vezes e infelizmente aconteceu na história – para abençoar actos perversos de guerra. Não! Eles encontram-se no meio de vós como a presença de Cristo, que quer acompanhar-vos, ouvir-vos e oferecer-vos a sua proximidade, dar-vos coragem para vos fazerdes ao largo e apoiar-vos na missão que desempenhais todos os dias.”, sublinhou.