11 fev, 2025 - 22:13 • Aura Miguel
O Papa determinou que a memória de Santa Teresa de Calcutá seja integrada nos Calendários e Livros para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas, para o dia 5 de setembro. Os textos litúrgicos a adotar foram revelados esta terça-feira e devem agora ser traduzidos e publicados pelas Conferências Episcopais.
No decreto que anuncia esta decisão, o cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, refere que Madre Teresa, ao escolher ser não apenas a mais pequena, mas a serva dos mais humildes, tornou-se um modelo de misericórdia e um autêntico ícone do Bom Samaritano.
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"A misericórdia, de facto, foi para ela o 'sal' que deu sabor a todas as suas obras e a 'luz' que iluminou as trevas daqueles que já nem sequer tinham lágrimas para chorar a sua pobreza e os seus sofrimentos”, lê-se no documento.
“O grito de Jesus na cruz, 'Tenho sede', penetrou no mais profundo da alma de Teresa. Por isso, durante toda a sua vida, dedicou-se completamente a saciar a sede de Jesus Cristo de amor e de almas, servindo-O entre os mais pobres dos pobres. Cheia do amor de Deus, ela irradiava o mesmo amor aos outros em igual medida.”
O nome de Santa Teresa de Calcutá “nunca deixa de brilhar como fonte de esperança para tantas pessoas que procuram consolo para as tribulações do corpo e do espírito”, considera o cardeal Roche. Por isso, o Santo Padre, “acolhendo as solicitações e os desejos dos pastores, das religiosas e dos religiosos, bem como das associações de fiéis, considerando a influência exercida pela espiritualidade desta Santa nas diversas regiões do mundo, decretou que o nome de Santa Teresa de Calcutá, virgem, seja inscrito no Calendário Romano Geral e que a sua memória facultativa seja celebrada por todos no dia 5 de setembro”, lê-se do decreto.
Nascida em 26 de agosto de 1910, em Skopje, na antiga Jugoslávia, em 1929, Madre Teresa começou a sua missão como professora em Calcutá, ao serviço da congregação das Irmãs de Loreto.
Em 1946, deixa este Instituto para servir os mais pobres na Índia. Veste um sari e começa a sua nova missão junto dos descartados, à qual se juntam várias das suas ex-alunas.
Em 1950, funda a Congregação das Missionárias da Caridade, que hoje conta com cerca de seis mil irmãs, espalhadas por 130 países, ao serviço dos mais pobres dos pobres. Em 1979, a religiosa recebeu o Prémio Nobel da Paz e pediu que a verba fosse doada aos pobres da Índia.
Morreu a 5 de setembro de 1997, com fama de santidade, na "sua" Calcutá. Beatificada por João Paulo II, em 2003, viria a ser canonizada por Francisco, em 2016.