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Vaticano

Papa critica medidas de deportação em massa de Trump

11 fev, 2025 - 13:40 • Aura Miguel

Francisco refere que tem acompanhado de perto a grande crise em curso nos Estados Unidos desde que foi acionado o programa de deportações em massa

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Numa carta aos bispos da Conferência episcopal dos Estados Unidos da América, o Papa denuncia a crise causada pelo programa de deportação em massa de imigrantes e refugiados clandestinos desencadeado pelo atual governo de Donald Trump.

“Quando falamos de ‘dignidade infinita e transcendente’, queremos enfatizar que o valor mais decisivo da pessoa humana supera e sustenta todas as outras considerações jurídicas que podem ser feitas para regular a vida em sociedade. Assim, todos os fiéis cristãos e pessoas de boa vontade são chamados a considerar a legitimidade das normas e políticas públicas à luz da dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais, e não o contrário”, escreve Francisco.


"A consciência corretamente formada não pode deixar de fazer um julgamento crítico e expressar sua discordância com qualquer medida que identifique tácita ou explicitamente o status ilegal de alguns migrantes com criminalidade”

O Santo Padre refere que tem acompanhado de perto a grande crise em curso nos Estados Unidos desde que foi acionado o programa de deportações em massa e acrescenta: "A consciência corretamente formada não pode deixar de fazer um julgamento crítico e expressar sua discordância com qualquer medida que identifique tácita ou explicitamente o status ilegal de alguns migrantes com criminalidade”.

Não ceder a “narrativas discriminatórias”

Francisco reconhece o direito de uma nação de se defender e manter as comunidades seguras face aos que cometeram crimes violentos ou graves, mas insiste que "o ato de deportar pessoas que, em muitos casos, deixaram as suas próprias terras por razões de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de muitos homens, mulheres e famílias inteiras e coloca-os num estado de particular vulnerabilidade e sem defesa”.


"O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal.”

Neste contexto, o Papa pede “uma política que regule a migração ordenada e legal” que, no entanto, “não pode ocorrer por meio do privilégio de alguns e do sacrifício de outros. O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal.”

Por fim, o pontífice exorta todos os fiéis da Igreja Católica e todos os homens e mulheres de boa vontade “a não ceder a narrativas que discriminam e causam sofrimento desnecessário aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”.

Francisco apela à solidariedade e fraternidade, capaz de "construir pontes que nos aproximem cada vez mais, a evitar muros de ignomínia e a aprender a dar nossas vidas como Jesus Cristo deu a sua pela salvação de todos”.

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