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Musical quer alertar para realidade do acolhimento em Portugal

17 fev, 2025 - 06:30 • Ângela Roque

Iniciativa é da Associação Candeia, cujo lema ‘Da relação nasce a luz’ dá título ao espetáculo marcado para 23 de fevereiro, em Lisboa. À Renascença Graça Pereira Coutinho explica que o objetivo é sensibilizar de “forma criativa” para a situação das crianças e jovens em risco, e mostrar as respostas que existem para os ajudar.

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Estas crianças precisam de rede cá fora. É o que estamos a promover”. Graça Pereira Coutinho, voluntária e responsável pela comunicação da associação Candeia, resume desta forma à Renascença o trabalho que fazem junto das crianças e jovens em risco que estão acolhidas em instituições.

Acompanhamos cerca de 250 crianças e jovens que vivem, ou viveram, em contexto de acolhimento residencial e realizamos cerca de 180 atividades por ano - foi este o número do ano passado. E procuramos crescer cada vez mais, com o apoio, claro, de jovens voluntários, cerca de 150. Só com eles é que seria possível acompanhar este número de miúdos”, conta.

A Candeia assegura várias atividades ao longo do ano e organiza campos de férias.

“Fazemos maioritariamente atividades por escalões. Ou seja, mensalmente juntamos várias crianças e jovens de várias casas de acolhimento. Visitamos também quinzenalmente as várias casas que acompanhamos e temos visitas trimestrais às que não são de Lisboa. Tentamos ir ao Porto e ao Alentejo, embora menos regularmente, mas procuramos também criar relação com essas crianças e jovens, para depois no verão poderem ntegrar os nossos campos de férias”, explica, ainda, a responsável.

Com o projeto Amigos P’ra Vida, a associação Candeia tem conseguido apoiar muitas crianças e jovens que foram retiradas aos pais, mas não têm qualquer rede fora da instituição. O que é particularmente importante na fase em que os jovens têm de se começar a preparar para a vida adulta e para entrarem na fase de autonomia.

“Com este projeto procuramos encontrar famílias que queiram criar relação. O jovem continua a viver na casa de acolhimento, mas tem uma referência de família que pode garantir o seu bem-estar, desenvolvimento e um sentimento de pertença que é tão importante para todas as crianças e que nós, com este projeto, conseguimos oferecer”, afirma.

A Candeia já tem várias ‘famílias amigas’, mas também já se podem candidatar pessoas singulares. “Há pouco tempo abrimos a possibilidade de ser amigo especial, o que significa que não é preciso ser uma família, um casal, apenas alguém maior de idade, que pode acompanhar esta criança ou jovem durante o processo e fazer programas com ele de forma mais individual, dando-lhe uma atenção mais especializada”.

Numa altura em que os dados oficiais da UNICEF colocam Portugal como o país europeu com mais crianças a viver em instituições de acolhimento, a Associação Candeia espera, com este musical, alertar para o problema e mostrar as várias soluções e medidas de acolhimento que existem.

“O maior objetivo é dar a conhecer a realidade do acolhimento desta forma mais criativa, e que acreditamos que pode chegar de uma forma diferente e mais próxima às pessoas que nos vêm ver e ouvir”.

O musical intitula-se "Da relação nasce a Luz", que é também o lema da Candeia. O espetáculo é todo ele assegurado por voluntários da associação. Está marcado para domingo, 23 de Fevereiro, no Auditório Santa Joana Princesa, em Lisboa, e tem duas sessões previstas, uma às 16h outra às 21h.

Os bilhetes já estão à venda. “Estão disponíveis no nosso site e também nas nossas redes sociais, no Instagram, no LinkedIn, no Facebook. Há um link para os poderem adquirir”, explica Graça Pereira Coutinho.

O preço varia entre os 10€ (bilhete estudante) e os 15€ (bilhete adulto), e há ainda a opção do "Vale Solidário", para garantir o lugar de uma criança ou jovem no espetáculo. O limite da sala é de 270 lugares por sessão.

O musical realiza-se na proximidade do Dia do Acolhimento, que se assinala na próxima sexta-feira, 21 de fevereiro. Portugal aderiu em 2022 a esta iniciativa que nasceu no Reino Unido, e que todos os anos, na terceira sexta-feira de fevereiro, leva à realização de atividades com vista apelar à discriminação positiva de crianças e jovens que foram privados de crescer com a própria família.

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