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Saúde do Papa

Pneumologista analisa "quadro clínico complexo" do Papa Francisco

17 fev, 2025 - 13:20 • Henrique Cunha

Carlos Robalo Cordeiro lembra que Francisco, para além da idade avançada, já apresentava problemas pulmonares, "o que representa uma situação com alguma reserva".

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O pneumologista Carlos Robalo Cordeiro, que é presidente do Conselho das Escolas Médicas analisou, esta segunda-feira, o comunicado da Santa Sé sobre o estado de saúde do Papa e, em declarações à Renascença, Carlos Robalo, lembra que Francisco, para além da idade avançada, já só tem um pulmão, "o que representa uma situação com alguma reserva".

“Estamos a falar de uma infeção, muito provavelmente com diversos gérmenes envolvidos, diversas bactérias, e não sei se eventualmente esta infeção terá começado com uma infeção viral, mas agora seguramente está com a pneumonia bacteriana, o que representa na realidade uma situação com alguma reserva em termos de prognóstico", começa por explicar.

As reservas acontecem, sobretudo, porque se trata de "uma pessoa que já apresenta problemas pulmonares" e que "tem mais de 85 anos", o que representa "um fator de risco enorme para as pneumonias hospitalares", que "são a principal causa de morte de uma população com mais idade, sobretudo acima dos 85 anos”, explica o especialista.

Carlos Robalo Cordeiro alerta, por outro lado, para o facto de, hoje em dia, existir uma "elevada prevalência de resistência antimicrobiana de muitos microrganismos, de muitas bactérias", o que "ainda complicam mais a resolução destes processos”.

“Resumindo: é uma situação que parece uma situação complexa numa pessoa que também tem, pelas suas características - quer de idade, quer já dos antecedentes pulmonares -, ainda maior risco, sob o ponto de vista prognóstico. Desejamos que a evolução seja a melhor mas, apesar de tudo, uma pneumonia bacteriana - e sobretudo uma pneumonia polimicrobiana, como foi agora anunciado -, é algo que poderá condicionar um prognóstico mais reservado”, acrescenta.

O especialista considera, por isso, fundamental que não haja resistência microbiana ao novo tratamento adotado. O comunicado da Santa Sé revela que irá ser alterada a terapia a que o Papa tem vindo a ser submetido. Carlos Robalo Cordeiro lembra que, atualmente, "existe um arsenal terapêutico muito vasto para as infeções polimicrobianas".

Contudo, o presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas insiste ser fundamental “que não exista aqui nenhum nível de resistência, que não exista nenhum nível de resistência antimicrobiano", porque isso "também condicionaria ainda um prognóstico mais reservado”. “Portanto, há que ter esperança, mas naturalmente, não serão boas notícias” aquelas que chegam do Vaticano, remata.

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