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Saúde do Papa

O que é oxigénio de alto fluxo? Pneumologista António Morais explica

23 fev, 2025 - 13:53 • Liliana Monteiro , Olímpia Mairos

Segundo o especialista do Hospital de São João, o oxigénio de alto fluxo permite valores mais elevados e a sua administração é mais confortável.

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“O oxigénio de alto fluxo é uma forma de proporcionar oxigénio ao doente, permite maiores débitos de oxigénio”, explica à Renascença o pneumologista António Morais.

Este domingo, fontes do Vaticano confirmaram que Francisco está a receber oxigénio “de alto fluxo”, através de uns pequenos adaptadores nasais, após a crise asmática que viveu este sábado.

Segundo o especialista, há “várias formas de administrar oxigénio, esta é uma forma que é mais recente e que permite valores mais elevados. Por outro lado, é uma forma mais confortável de administração”.

“Obviamente que não pode querer dizer que, efetivamente, a situação é uma situação mais complexa e que o doente que faz o oxigénio de alto fluxo - porque é exatamente isso que na maior parte dos casos acontece - está a precisar de maior nível de oxigénio e, portanto, se está a precisar de maior nível de oxigénio, quer dizer que o seu pulmão está a respirar pior”, ressalva.

Ao longo do dia de sábado, o Papa Francisco apresentou uma crise respiratória, sendo assistido com oxigénio de alto fluxo para combater a insuficiência respiratória. Além do oxigénio, recebeu várias transfusões de sangue e passou o dia com dores.

De acordo com as fontes do Vaticano, o Santo Padre não teve mais nenhuma crise durante a noite nem necessitou de novas transfusões. Um cenário natural, diz o pneumologista.

“O doente que faz uma transfusão num dia, depois as coisas também não se pioram assim de um momento para o outro. Portanto, não parece que haja aqui qualquer informação que seja relevante”, declara.

O pneumologista do Hospital de São João acrescenta que “a necessidade de transfusões não é claramente uma boa notícia, porque isso quer dizer que, de facto, a situação é complicada”.

“Há uma passagem do pulmão para uma situação mais sistémica e, habitualmente, as transfusões, neste caso, que se associam a situações de alterações a nível do sangue, dos valores do hemograma, é habitualmente associada a uma situação mais complicada. Portanto, isso efetivamente é um sinal que aumenta a preocupação do quadro, porque transmite uma maior gravidade”, conclui.

Francisco foi hospitalizado a 14 de fevereiro devido a uma bronquite, mas desenvolveu uma pneumonia bilateral ou seja, nos dois pulmões.

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