23 fev, 2025 - 00:47 • Tomás Anjinho Chagas
Com o Papa Francisco em estado crítico, o cónego Paulo Franco acredita que o Papa "vai querer dar-se até ao fim". O cónego, que é o atual presidente do Conselho de Gerência da Renascença, assume alguma "apreensão" numa altura de grande fragilidade da saúde do Sumo Pontífice.
Oiça aqui o cónego Paulo Franco a pedir orações pelo Papa Francisco
Claro que não é um momento de grande júbilo, naturalmente somos pessoas, seres humanos e o sofrimento, esta fragilidade do que é a vida e a existência humana, que faz parte da nossa natureza, é algo que sempre nos entristece e que sempre nos coloca num estado de alguma apreensão, às vezes até de alguma ansiedade.
É isso que certamente todos sentimos. Mas este comunicado da Santa Sé que fala do estado crítico, de prognóstico reservado, que acrescenta que o Papa não está fora de perigo, naturalmente que nos aponta aqui para alguma apreensão.
Se essa apreensão é aquilo que faz parte da nossa natureza humana, não nos podemos esquecer que nós vivemos e somos alimentados pela nossa fé e de certeza que também o Santo Padre é assim que olha para a sua própria situação.
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Estamos a viver o jubileu do ano de 2025, marcado por este tema da esperança, que nos faz olhar para a vida com um sentido sobrenatural, a nossa vida vai muito para lá do que aquilo que é a vida temporal, das contingências do tempo presente e olhamos a nossa vida nesta dimensão sobrenatural, ou seja, numa dimensão nos faz permanecer.
A nossa vida permanece na vida eterna, mas permanece também no "aqui" e no "agoraa, porque o magistério do Papa que vai permanecer sempre entre nós.
Queremos que ele ainda permaneça mais algum tempo e é essa também a nossa vontade e toda a Igreja Universal reza para que o Santo Padre melhore e que recupere, mas independentemente da situação em que ele se encontra, as suas palavras são permanentes e nós nunca as esquecemos.
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O Santo Padre sempre foi um homem irreverente na maneira como provocava, não apenas os cristãos de todo o mundo, mas que provocava a própria sociedade e essas palavras vão continuar sempre a ecoar em nós e hoje somos chamados a olhar para este momento do Santo Padre com alguma reserva e com alguma apreensão, acreditando e esperando também que ele melhore, mas também sabemos que o manteremos sempre muito presente na vida da sociedade quando as suas provocações, deixe-me que diga assim, continuarem a ecoar na nossa vida. Penso que essa é sempre a vontade do Papa, para todos nós.
Domingo após domingo, o Papa pediu tantas vezes orações por guerras, pessoas, tragédias. É o momento de as pessoas devolverem essas orações pelo Papa Francisco?
Claro que sim, somos chamados a rezar pelo Santo Padre para que Deus faça a sua vontade, como é óbvio, mas sobretudo para que o fortaleça e lhe dê também alguma serenidade e tranquilidade neste momento que já é difícil por natureza.
Eu tenho a certeza que o Santo Padre, homem que é, a dar-se totalmente, vai querer dar-se até ao fim e vai querer oferecer a sua vida até ao fim. O melhor que fazemos é unirmo-nos a ele nesta sua vontade de oferecer a sua vida, e que saibamos imitá-lo naquilo que é a nossa vida, história, responsabilidades sociais, pessoais, profissionais, acho que a melhor maneira de honrar também o legado do Papa Francisco.
Não quero aqui antecipar nenhuma notícia menos agradável, mas ao olhar para este estado crítico do Santo Padre olhamos também para aquilo que é a fragilidade da nossa vida, mas sabendo-nos chamados a uma vida que é eterna, que vai para lá daquilo que são estas fragilidades temporais.
O Papa Francisco teve sempre um perfil muito positivo, que provocou sempre pela positiva. Essa será também a forma de a Igreja e dos católicos encararem este momento?
Claro que sim, porque essa é a visão evangélica da vida, aquilo que nós bebemos do Evangelho, é exatamente essa atitude de esperança, atitude positiva diante da vida. Porquê? Porque olhamos para a nossa vida como uma outra projeção, que não esteja refém daquilo que são as limitações temporais. O nosso olhar está no céu e esse é sempre o nosso foco.