22 fev, 2025 - 22:23 • Tomás Anjinho Chagas
As transfusões são um dos sinais de que o estado de Francisco pode levantar preocupação. Em declarações à Renascença, o pneumologista António Morais considera que o quadro clínico do Papa é preocupante, dada também a sua idade e os problemas de saúde crónicos.
Na tarde de sábado, o Vaticano anunciou que o Papa não está fora de perigo e "no momento, o prognóstico é reservado".
Francisco foi hospitalizado a 14 de fevereiro devido a uma bronquite, mas desenvolveu uma pneumonia bilateral (ou seja, nos dois pulmões),
"A questão da transfusão pode traduzir uma situação mais grave. A pneumonia, quando não é controlada habitualmente, traduz-se em alterações sistémicas, portanto, há uma falência multiorgânica, e isso pode eventualmente traduzir-se nesta necessidade de transfusões", explica o presidente do Colégio de Pneumologia da Ordem dos Médicos.
Ainda assim, este pneumologista do Hospital de São João explica que o Papa pode ainda recuperar, apesar de atualmente este ser um cenário complexo.
"Temos de ter a ideia de que a pneumonia é uma das maiores causas de morte, exatamente nestas situações de indivíduos idosos e com doenças crónicas. Obviamente que, muitas vezes, estas situações resolvem-se, mas a própria idade e a condição do Papa oferecem situações de um elevado risco. Uma situação de uma pneumonia não controlada pode agravar-se e levar uma situação que, de facto, é preocupante. "
Vaticano
Papa não está fora de perigo, diz o Vaticano, e "n(...)
"O estado de saúde do Papa Francisco continua crítico e, portanto, como foi explicado na véspera, o Papa não está fora de perigo", pode ler-se no comunicado enviado pelo Vaticano aos jornalistas sobre a saúde de Francisco na tarde de sábado. Foi necessário reforçar o oxigénio, depois de uma crise asmática, e foram feitas transfusões de sangue ao Papa.
Segundo fontes do Vaticano, Francisco não está entubado, mas reforçaram-lhe o fluxo de oxigénio.
"Esta manhã, o Papa Francisco apresentou uma crise respiratória asmática prolongada, que também exigiu a aplicação de oxigénio de alto fluxo", lê-se no documento. "Os exames de sangue também revelaram trombocitopenia, associada à anemia, o que exigiu a administração de transfusões de sangue."
As mesmas fontes explicaram que devido à trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue) havia dificuldade na coagulação do sangue e, por isso, houve necessidade de transfusões.
O Papa Francisco "continua vigilante e passou o dia numa poltrona", mesmo "sofrendo mais do que ontem".
O Vaticano acrescenta que, "no momento, o prognóstico é reservado".