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Zona. Especialistas defendem vacina gratuita para grupos de risco

24 fev, 2025 - 06:30 • Anabela Góis

A Zona aparece com maior frequência a partir dos 50 anos, “porque a partir dessa idade há um fenómeno de declínio do sistema imunitário”, explica à Renascença Sofia Duque, da Sociedade de Medicina Interna.

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A Sociedade de Medicina Interna e a Associação de Medicina Geral e Familiar defendem que a vacina contra a Zona, ou herpes zóster, deve ser incluída no Plano Nacional de Vacinação, para ser gratuita para grupos de risco.

Arranca esta segunda-feira, até 2 de março, a campanha de sensibilização para a doença que resulta da reativação do vírus da varicela.

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A Zona aparece com maior frequência a partir dos 50 anos, “porque a partir dessa idade há um fenómeno de declínio do sistema imunitário”, explica à Renascença Sofia Duque, da Sociedade de Medicina Interna.

A doença também pode afetar pessoas com doenças crónicas muito comuns na população portuguesa. E, por isso, a especialista defende que a “vacina deve ser tomada a partir dos 50 anos, mas também por pessoas entre os 18 e os 50 anos, que tenham doenças cardíacas, respiratórias, renais, diabetes e doenças oncológicas. Por causa do risco acrescido de ter Zona esta população deve ser candidata a receber a vacina”.

O herpes zóster manifesta-se pelo aparecimento de uma erupção cutânea que, na fase aguda, habitualmente surge em forma de faixa. É muito dolorosa e, quando se torna crónica, pode tornar-se incapacitante.

As duas doses da vacina custam mais de 300 euros mas, segundo Sofia Duque, há um claro custo benefício. “A Zona pode levar a internamentos, à incapacidade das pessoas, ao absentismo laboral, a maior necessidade de apoio de terceiros e isso, naturalmente, tem custos” e o facto, adianta a especialista, é que “embora em Portugal não haja estudos de custo eficácia, em diferentes países, e em diferentes cenários económicos, os estudos mostram que a vacina é considerada custo-eficaz”.

Sofia Duque não tem dados oficiais sobre a incidência da doença em Portugal, mas diz que a sua prática clínica mostra que se trata de uma doença comum.

“Trabalho com pessoas mais velhas e com pessoas com doenças crónicas, e os casos de Zona têm sido mais frequentes. Aliás, quando incentivo as pessoas a vacinar-se, muitas vezes as pessoas já conhecem a doença ou porque a tiveram, ou porque têm alguém da família ou do seu círculo social que já teve”, sublinha. Portanto, “a doença não é assim tão rara. É uma doença comum”, conclui.

Um inquérito internacional, realizado pela Ipsos, em adultos com mais de 50 anos, de nove países, (Brasil, China, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Portugal e EUA), confirma que mais de metade das pessoas desconhece o que é a Zona.

Dos inquiridos em Portugal, 40% não se consideram em risco de desenvolver Zona nem se mostram preocupados com essa probabilidade. Mais de metade afirma estar sob um nível significativo de stress, o que enfraquece ainda mais o sistema imunitário e aumenta o risco de desenvolver a doença.

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