03 mar, 2025 - 15:55 • Olímpia Mairos
O bispo das Forças Armadas e Segurança, D. Sérgio Dinis, nota na sua mensagem para a Quaresma que “o mundo está marcado por conflitos”, alertando que “a guerra, o sofrimento e a destruição, para alguns, são transformados em oportunidades de lucro e interesse”.
“Não! Não pode ser! A paz é um dom de Deus e a esperança de todo o ser humano. Por isso, a paz nunca pode ser um bem negociável”, vinca.
O prelado lembra que a Quaresma “é um tempo favorável de conversão, oração e compromisso com o Evangelho da Paz”, exemplificando com a bem-aventurança proclamada por Jesus: “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão filhos de Deus.”
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D. Sérgio Dinis apresenta a paz com “um dom de Deus”, destacando que também “é compromisso de todos e de cada pessoa de boa vontade”.
“É, ao mesmo tempo, anseio irreprimível e esperança florescente, presente no coração de cada homem e de cada mulher. É no coração de cada um que tudo se decide, até mesmo o futuro do mundo. Não pode haver paz autêntica sem a conversão do coração, sem o reconhecimento da dignidade do outro e sem o perdão”, aponta.
Neste Ano Jubilar da Esperança, o bispo Castrense convida a viver esta caminhada espiritual, com a consciência de que “somos chamados a ser construtores da paz e testemunhas do Reino de Deus”.
“Como membros das Forças Armadas e das Forças de Segurança, somos chamados a uma missão nobre: proteger a vida, garantir a justiça e promover a segurança para o bem comum. Que nunca nos deixemos iludir por uma visão da guerra como um negócio, mas vejamos sempre a defesa da paz como um compromisso ético e cristão”, escreve D. Sérgio Dinis.
Sublinhando que a vivência quaresmal, ainda que seja um caminho interior, percorrido no mais profundo da alma de cada um de nós, D. Sérgio adverte que “não nos pode fazer esquecer que caminhamos juntos”.
“Servir lado a lado, com espírito de unidade e compromisso, é a vocação das Forças Armadas e das Forças de Segurança. Os militares e polícias são chamados a percorrer este caminho em conjunto, jamais como meros indivíduos isolados”, destaca.
Para o responsável da Diocese das Forças Armadas e Segurança, o sentido do dever e a lealdade à Pátria “impelem-nos a sair de nós mesmos para proteger e servir os nossos concidadãos, nunca para nos fecharmos no individualismo”.
“Caminhar juntos significa fortalecer a coesão e a camaradagem, partindo da dignidade comum de quem jurou defender Portugal e os seus valores. Significa agir lado a lado, sem atropelar ou subjugar o outro, sem alimentar rivalidades ou desconfianças, garantindo que ninguém fique para trás ou se sinta excluído”, exemplifica.
“O trajeto espiritual quaresmal, que cada um é chamado a fazer, deve levar-nos a caminhar na mesma direção, rumo a uma única missão, ouvindo-nos uns aos outros com respeito, disciplina, num verdadeiro espírito sinodal”, acrescenta.
“Aos militares e civis das Forças Armadas, aos militares e civis da Guarda Nacional Republicana, bem como aos polícias e ao pessoal de apoio da Polícia de Segurança Pública e às suas famílias”, o prelado aponta três atitudes concretas neste itinerário quaresmal: rezar pela paz, praticar o jejum da indiferença e viver a caridade em ação.
D. Sérgio Dinis convida, neste tempo, à intensificação da oração pessoal e comunitária “para que a paz triunfe sobre a guerra”, pedindo oração “pelas vítimas dos conflitos, pelas suas famílias e por aqueles que, muitas vezes em silêncio, trabalham pela reconciliação entre os povos”.
Já no que concerne à prática do jejum da indiferença, D. Sérgio Dinis esclarece que “o jejum quaresmal também pode ser um compromisso contra a indiferença”.
“Sejamos mais atentos às realidades da injustiça e do sofrimento no mundo, questionando-nos sobre como podemos ser agentes ativos da mudança”, pede.
“Que o sofrimento do outro nunca nos deixe indiferentes, a começar pelo meu camarada de armas, pela minha família e por aqueles que protegemos. Evitemos julgamentos precipitados e procuremos agir com compreensão e acolhimento”, aconselha.
Em relação a viver a caridade em ação, o bispo das Forças Armadas e Segurança deseja que “esta Quaresma seja um tempo de gestos concretos de solidariedade”, indicando que “apoiar os mais frágeis, estender a mão aos mais pobres e contribuir para iniciativas de promoção da paz são formas práticas de testemunhar o Evangelho”.
“Proponho, inclusive, dedicar tempo para escutar quem está sozinho, doente ou marginalizado, reduzir o consumo supérfluo e doar alimentos”, aponta, informando que a renúncia quaresmal se destina, em partes iguais, à “Acreditar”, Associação de Pais de Crianças e Jovens com cancro, e à Fundação AIS, Ajuda à Igreja que Sofre”.
A concluir, o bispo Castrense reafirma que a vocação “como peregrinos de esperança exige coragem, discernimento e uma fidelidade inabalável ao Evangelho”.
“Que Cristo, Príncipe da Paz, nos guie nesta caminhada quaresmal e nos fortaleça na missão de sermos verdadeiros servidores da paz e da justiça”, remata.