04 mar, 2025 - 12:37 • André Rodrigues , Olímpia Mairos
Perante a mais recente atualização do quadro clínico do Papa, o pneumologista Carlos Robalo Cordeiro explica que, nesta situação, a fisioterapia respiratória serve para diminuir os riscos associados à acumulação de secreções.
“Seguramente que esta fisioterapia, que está a fazer agora, significa a necessidade de, de alguma forma, mobilizar secreções”, explica o pneumologista, acrescentando que “o Papa está já há bastante tempo hospitalizado, com pouca mobilidade e, portanto, com as debilidades que tem e com as situações que favorecem a acumulação de secreções”.
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Segundo o especialista, “há aqui uma condição que, na realidade, tem que ser ultrapassada para tentar libertar essas secreções, para que elas não se reinfectem, sendo que o oxigénio de alto fluxo significa, naturalmente, que mantém uma inserção respiratória importante”.
O Papa Francisco está desde o início da manhã com oxigénio de alto fluxo, ou seja, sem a máscara de ventilação mecânica e continua a fazer fisioterapia respiratória.
Nestas declarações à Renascença, o presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas diz que o facto de Francisco se manter colaborativo e orientado é um bom sinal, mas não diminui a complexidade do quadro.
“É um bom sinal, como é um bom sinal não ter necessitado, e oxalá não venha a necessitar, de entubação para ventilação mecânica artificial, invasiva, é um bom sinal”, assinala.
No entanto, o pneumologista sublinha que “não é de facto isso que vai, de alguma forma, mudar um pouco aquele prognóstico, que é ainda muito incerto”.
“Há aqui diversos fatores que apontam para gravidade e para a manutenção deste prognóstico reservado. Na realidade, enfim, condiciona e vai deteriorando um pouco a sua condição física”, completa.
Francisco sofreu, esta segunda-feira, duas crises respiratórias.
O problema foi causado “por acumulação significativa” de expetoração “e consequente broncoespasmo”, indicava o boletim divulgado ao final da tarde pela Santa Sé.
Na sequência destas crises respiratórias agudas sofridas pelo Papa, de 88 anos, os médicos realizaram “duas broncoscopias com necessidade de aspiração de secreções abundantes”.
Francisco foi hospitalizado a 14 de fevereiro devido a uma bronquite, mas desenvolveu uma pneumonia bilateral ou seja, nos dois pulmões.