05 mar, 2025 - 13:42 • Olímpia Mairos
O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, diz que nesta Quaresma “somos convidados a ver e compreender quais os sinais de esperança que existem em nós, nos outros e no nosso mundo”.
“Quando vemos alguém a viver uma relação de amizade, de amor e comunhão com Deus, percebemos aí sinais de esperança; quando vemos alguém a amar os outros com uma atitude de caridade, de entrega e até de sacrifício de si mesmo, mas feliz por se dar, reconhecemos aí sinais de esperança. Quando vemos as pessoas e a humanidade a percorrer caminhos de unidade, de solidariedade, de justiça, de diálogo, de amizade e compreensão, percebemos que lá está a esperança que vem de Deus e abre caminhos de eternidade”, descreve.
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D. Virgílio Antunes sublinha que “celebramos esta Quaresma no coração do ano jubilar”, indicando que “este é o tempo especial de graça que a Igreja nos oferece para retomarmos, com mais ânimo, a nossa peregrinação para Deus”.
Para o prelado é urgente “tomar a decisão de transferir a razão da nossa esperança do mundo perecível para o Deus eterno” e “tomar a decisão de fazer caminho sério e responsável nesta vida terrena que agora vivemos, a partir da fé no Deus que nos salva e nos convida para estar com Ele na vida que virá”.
“São duas as vias complementares nesta peregrinação: a do acolhimento da fé vivida na comunidade cristã, que nos leva a crescer no amor a Deus por meio da celebração dos sacramentos e da perseverança na oração; e a do acolhimento da fé que se manifesta na orientação da vida para a amizade e a comunhão fraterna com os outros”, aponta.
Como orientação para o caminho quaresmal, que acontece em Ano Jubilar, D. Virgílio Antunes convida os cristãos a interpelarem-se sobre: “onde está a raiz da esperança que faz viver?”, “como fazes crescer a esperança que te faz viver?” e “para que é que eu vivo sobre a terra?”
“A fé cristã dá-nos a resposta, quando nos garante que vivemos para estar em relação de amor com Deus e com os irmãos enquanto peregrinamos sobre esta terra, e para entrarmos na relação definitiva de amor com Deus e com os irmãos no mundo que há de vir, na vida eterna”, sublinha.
O responsável da Diocese de Coimbra reforça que “somos todos, ao mesmo tempo, peregrinos de esperança, ou seja, homens e mulheres com esperança, uma vez que Deus já inscreveu nos nossos corações a capacidade de nos pormos a caminho, já somos alimentados por uma esperança viva, que pode, no entanto, ser ainda mal definida, pouco concreta, muito humana e pouco divina”.
“Fomos marcados pela esperança que anima todas as pessoas humanas criadas como seres livres e abertas ao futuro, mas queremos nesta Quaresma tomar a firme decisão de aprofundar a nossa vocação para o encontro com Deus, para O conhecer e O amar, para que seja Ele o rosto e o nome da nossa esperança”, observa.
O bispo de Coimbra informa ainda os cristãos da diocese de que o produto da renúncia quaresmal reverterá “a favor dos nossos irmãos da Faixa de Gaza” e convida “a uma generosa partilha com aqueles irmãos e irmãs que sofrem e estão privados de todos os bens materiais necessários à vida”.