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D. Rui Valério

“Olhamos para o mundo e para a sociedade e dizemos que nada está perdido”, diz Patriarca de Lisboa

05 mar, 2025 - 20:05 • Ana Catarina André

Na missa desta Quarta-feira de Cinzas, D. Rui Valério destacou o papel da esperança perante o atual contexto internacional e recordou que a Quaresma "é tempo de reconhecer e construir a verdade".

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O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, lembrou na missa desta Quarta-feira de Cinzas que os cristãos e a Igreja têm de ser “artífices de esperança”. “Olhamos para o mundo e para a sociedade e dizemos que nada está perdido”, constatou na homilia em que recordou as atuais “incertezas e o retorno de velhos léxicos belicistas tão em voga nos tempos da guerra fria”, entre os quais “corrida ao armamento”, “preponderância da lei do mais forte” e “investimento robusto na defesa”.

Diante do contexto internacional, D. Rui Valério destacou a “certeza da esperança que nunca engana” e que nos “mobiliza para o gesto tão próprio da esperança e tão carismático da Quaresma que é o da entrega confiante a Deus.”

Na missa que decorreu ao final da tarde na Sé de Lisboa, D. Rui Valério acrescentou, ainda, que a Quaresma que começa esta quarta-feira “é tempo de reconhecer e construir a verdade”. “Viver e operar em função dos aplausos e da aprovação dos outros manifesta a ausência de um eixo, de um alicerce na vida que a tudo dá consistência e que para tudo é razão de ser”, disse, referindo-se à necessidade de colocar Deus no centro.

De acordo com o bispo, neste tempo até à Páscoa, Deus convida todos “a deixar o Egito do nosso ego, do nosso egocentrismo e a rumar à terra prometida da comunhão autêntica com Deus e com os irmãos”.

Na homilia, o Patriarca de Lisboa falou também sobre a relevância das cinzas que neste dia são impostas a todos os cristãos. “Surgem como uma janela aberta sobre horizontes de vida nova renascida”, disse, referindo que não são um sinal “para nos sintonizar com a caducidade da vida humana, nem com a corruptibilidade do corpo”.

“Somos cinzas, mas cinzas amadas por Deus, o que nos confere a nossa dignidade e destino eterno. Assim, também nós, que somos pó e em pó nos tornaremos, que somos presente e futuro, existimos para renascer ouro puro.”

No final da homilia, D. Rui Valério recordou, ainda, os “três recursos” de “purificação e de reaproximação a Deus, aos outros e a nós” na Quaresma. São eles: a oração, “expressão de abertura e de confiança”, a caridade, “para superar a desconfiança em relação aos outros” e o jejum “para nos libertarmos das dependências daquilo que passa”.

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