06 mar, 2025 - 19:29 • Olímpia Mairos
O bispo de Lamego, D. António Couto, apresenta a esperança como a “companheira de caminho para esta Quaresma”.
Citando o poeta francês Charles Péguy, que retrata a Fé, a Esperança e a Caridade “como três irmãs” e afirmando que é “a pequenina Esperança que empurra as duas irmãs mais velhas, fazendo andar o mundo”, o prelado faz o paralelo com a mensagem do Papa para a Quaresma, para dizer que “a esperança e a confiança em Deus não servem apenas para empurrar. Também arrastam”.
“É neste sentido que se compreende que o maior dom de Deus seja a promessa da vida eterna, que tem andado bastante arredada das páginas enrugadas da nossa vida”, constata D. António Couto.
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Por isso, o prelado sublinha que “é neste contexto que devemos caminhar. Empurrados pela esperança, sim, mas sabendo bem para onde caminhamos. Para a Casa de Deus, que nos adotou como seus filhos e quis partilhar connosco a sua Vida Vivente”.
“É deste dom imenso, o maior e mais precioso que nos podia ser oferecido, que devemos viver desde já. Caminhar em jubileu, caminhar em modo quaresmal, caminhar como irmãos, caminhar como filhos de Deus, supõe caminhar ao ritmo de Deus, passo-a-passo com Deus”, aponta.
Se assim acontecer – diz o prelado – “facilmente veremos que há tanta coisa para mudar no nosso dia-a-dia”.
“Em vez de murmurar, podemos dialogar; em vez de tons ameaçadores, podemos articular palavras e gestos amáveis; em vez de olharmos só para nós e para os nossos interesses, podemos ver também as necessidades dos nossos irmãos. E, sobretudo, podemos perdoar, partilhar, rezar. Assim, ao sabor de uma esperança nova, podemos juntos ensaiar uma nova fraternidade”, exemplifica.
O responsável da Diocese de Lamego lembra ainda que a Quaresma é “um tempo importante para mantermos limpo o nosso olhar, sem traves ou muros, e limpo também o nosso coração, sem raivas ou invejas. É tempo de graça, de oração e conversão. É tempo de reforçar os laços da nossa caridade, que é um exercício que a Igreja nos propõe fazer em cada Quaresma”.
Na mensagem “Em modo de Esperança”, D. António Couto informa que a renúncia quaresmal da diocese tem como destino o Líbano, concretamente a Diocese de Jbeil (antiga Byblos), um pouco a norte de Beirute.
“O objetivo é levar algum apoio e conforto a duas realidades muito necessitadas da Paróquia de Santo Eliseu, da referida Diocese: 1) apoiar a Escola Católica de Nossa Senhora do Rosário, que acolhe 390 crianças necessitadas em regime completamente gratuito; 2) apoiar cerca de 300 famílias católicas, da mesma Paróquia e Diocese, que experimentam carências de toda a ordem”, explica.
O prelado indica também que em 2024, a renúncia quaresmal, traduziu-se em 22.235,40 euros, que seguiram “para aliviar um pouco as dores dos nossos irmãos todos os dias martirizados da Síria, e também para ajudar a levantar estruturas que favoreçam a oração e formação dos nossos irmãos da Paróquia-Missão do Imaculado Coração de Maria de Nametil, no Norte de Moçambique”.
A concluir, D. António Couto deseja “um caminho de bondade, justiça, verdade, oração, comunhão e conversão. E que a ninguém falte a graça de Deus e a mão fraterna de um irmão. Sintamos todos a alegria de sermos filhos de Deus e de termos tantos irmãos à nossa volta”.