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Papa agradece a "ternura do cuidado" a quem acompanha doentes

09 mar, 2025 - 11:15 • Aura Miguel

Do hospital onde está internado, Francisco diz que todos precisamos do “milagre da ternura”.

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“Enquanto estou aqui, penso em tantas pessoas que, de diferentes maneiras, estão próximas dos doentes e são para eles um sinal da presença do Senhor”, escreve o Papa no Angelus deste domingo. “Precisamos disso, do ‘milagre da ternura’, que acompanha aqueles que estão a passar por provações, levando um pouco de luz na noite de dor”, defende Francisco, também ele internado no hospital desde dia 14 de fevereiro.

Em pleno jubileu dos voluntários, tal como tem acontecido desde que está internado, o texto do Angelus não é lido mas é publicado pela Sala de Imprensa do Vaticano. Francisco inclui no texto a sua experiência pessoal no Gemelli: “Irmãos e irmãs, na minha longa permanência aqui no hospital, também eu experimento a atenção do serviço e a ternura do cuidado, em particular por parte dos médicos e agentes de saúde, a quem agradeço do fundo do coração”.

O Santo Padre agradece também a todos os que lhe têm demonstrado a sua proximidade através da oração, com um "obrigado a todos, do fundo do meu coração! Eu também rezo por vós”. E acrescenta ainda que se une espiritualmente àqueles que nos próximos dias participarão dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana. Este retiro tem início esta tarde e prolonga-se até sexta-feira, 14 de março.

Preocupado com a guerra no mundo, o Papa pede a todos que rezem pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano e em Myanmar, no Sudão e na República Democrática do Congo. “Em particular, fiquei a saber, com preocupação, da retomada de violência nalgumas áreas da Síria; espero que cessem definitivamente, no pleno respeito de todos os componentes étnicos e religiosos da sociedade, especialmente dos civis”, escreve Francisco.

Voluntariado é um sinal de esperança no mundo

O Papa quis deixar uma palavra de incentivo ao mundo do voluntariado que esta manhã juntou ter de 30 mil pessoas na Praça São Pedro.

“Nas nossas sociedades, demasiado subjugadas às lógicas do mercado, onde tudo corre o risco de estar sujeito ao critério do interesse e à busca do lucro, o voluntariado é profecia e sinal de esperança, porque testemunha a primazia da gratuidade, da solidariedade e do serviço aos mais necessitados”, escreve Francisco. “A todos aqueles que se dedicam a esse campo, expresso minha gratidão; obrigado por oferecerem o vosso tempo e capacidades; obrigado pela proximidade e pela ternura com que cuidam dos outros, despertando neles a esperança!”

A missa do jubileu do voluntariado, na Praça de São Pedro, foi celebrada pelo cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o desenvolvimento humano integral. “Nas ruas e nas casas, ao lado dos doentes, dos que sofrem, dos encarcerados, com os jovens e os idosos, a vossa dedicação infunde esperança em toda a sociedade. Nos desertos da pobreza e da solidão, tantos pequenos gestos de serviço gratuito fazem florescer rebentos de uma nova humanidade”, escreveu Francisco na sua homilia lida por este cardeal.

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