12 mar, 2025 - 11:13 • Olímpia Mairos
“Não podemos viver com distanciamento, desinteresse ou indiferença para com a realidade social a que pertencemos”, alerta o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina, na mensagem para a Semana Nacional Cáritas 2025.
D. José Traquina atenta que “na sociedade em que vivemos, emergem diversas situações de pessoas e famílias que necessitam de respostas de apoio”.
“No desejo de uma sociedade mais justa e melhor, não é suficiente responsabilizar, por todas as soluções, os que assumem cargos políticos. Como membros da sociedade, podemos e devemos fazer parte da solução. Além disso, como cristãos, não é apenas um imperativo ético, mas também uma questão de fidelidade ao Evangelho”, aponta.
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O também bispo de Santarém observa que existem pessoas pobres que sentem felicidade na vida, porque se amam e respeitam, sublinhando, no entanto, que “em sentido contrário, a violência entre pessoas em diversos ambientes, incluindo o familiar, é um problema que tem a vindo a acentuar-se”.
“A violência e a falta de qualidade nos relacionamentos humanos geram pessoas infelizes e fazem aumentar a pobreza. Os outros não são o inferno. O inferno é a pessoa existir sem amor por nada nem ninguém, sem nenhuma causa justa que dê sentido à sua vida”, assinala o prelado.
Relativamente aos jovens, D. José Traquina aponta que “é importante que promovam boas experiências de aplicação da sua generosidade e cresçam na alegria da promoção do bem comum”, salientando “o interesse de jovens pela missão da Cáritas”.
Para o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, a Semana Nacional da Cáritas, que decorre entre 16 e 23 de março, é “uma oportunidade para exortar todos a participar na edificação do bem comum da sociedade”, através da instituição da Igreja.
“E é oportunidade também para reconhecer e valorizar o empenho das muitas centenas de pessoas que se dedicam ao bem do próximo, salientando o ‘fogo’ do Amor-Cáritas que as anima e mobiliza”, sublinha.
Lembrando que a Cáritas tem uma identidade que lhe vem do Evangelho, D. José Traquina considera que “é necessário alimentar e manter este Amor de compaixão, o fogo interior que nos motiva e identifica como uma graça, uma vontade que nos supera”.
“Neste sentido, os profissionais e os voluntários que trabalham na rede Cáritas representam todos os que fazem chegar o seu donativo económico para aplicar nos diversos projetos de apoio”, assinala.
D. José Traquina salienta ainda “o esforço das Cáritas Diocesanas que têm valências de respostas sociais permanentes com acordos estabelecidos com a Segurança Social, onde os valores dos contratos dos mesmos são sempre inferiores ao volume das despesas”, realçando que “todos os anos enfrentam a preocupação com a subida dos custos de funcionamento”.
A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana reconhece o trabalho desenvolvido e conta com a rede Cáritas para continuar a promover o conhecimento, a proximidade e o apoio às situações de carência e emergência.
“Neste ano de Jubileu, tempo especial de graça que nos convida à transformação, fica o apelo à conversão interior, de modo que a compaixão de Cristo resida no coração de muitos, e o apelo à generosidade em donativos para que toda a rede Cáritas exerça a sua missão”, conclui.