16 mar, 2025 - 20:30 • Liliana Carona
É o novo bispo da Guarda que chega à Sé diocesana para a celebração episcopal. Recebido com cânticos e com calor humano da cidade mais alta do país, mas também de Lisboa, como Isabel Marcos, 60 anos.
“Nós somos do grupo do Caminho Neocatecumenal, de uma paróquia da cidade de Lisboa. É um dom de Deus que a Guarda recebe, ele é fantástico, ele é um pastor, um pai, alguém que nos conhece pelo nome, seja uma família de 3 ou 10 pessoas, acompanha-nos já são 11 anos a acompanhar-nos”, salienta comovida.
E pastor foi também palavra de ordem na homilia presidida por D. Rui Valério, o patriarca de Lisboa que afirmou que a ordenação episcopal de D. José Miguel deve ser “vivida em plena peregrinação jubilar da esperança”, encontrando-o “Pastor com o cheiro das ovelhas, a partilhar com o povo as dificuldades e os desafios da caminhada”.
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Recebido por jovens, rapazes e raparigas que foram entoando cânticos, o novo bispo da Diocese da Guarda, dirigiu-se a eles e elas. “Agora a minha palavra vai para vós, jovens. A diocese conta com o vosso dinamismo, a vossa inquietação, a vossa alegria, a vossa sede de descobrir, o vosso desejo de tomar parte e deixar marca”.
“A partir do caminho já percorrido, multipliquemos entre nós espaços de convívio e proximidade em Cristo, para que as perguntas e as procuras possam ir encontrando resposta. Se estás a estudar aqui na Diocese, mas não és daqui, que isso não te impeça de caminhar connosco. Nenhum de nós tem aqui morada permanente, mas foi aqui que o Senhor nos juntou e é aqui que Ele nos chama, agora, a crescer e a servir. E se algum escutar o apelo de Deus à vida consagrada ou ao sacerdócio, não tenha medo de se pôr num caminho de discernimento. E vós raparigas, se alguma sentir um apelo a consagrar a vida ao serviço da Diocese, não tenha medo de procurar quem a ajude. Também há lugar para vós, não só para os rapazes”, concluiu D. José Miguel Pereira.
Apesar das temperaturas frias, os rostos inundaram-se de alegria com a chegada de D. José Miguel Pereira. António Machado, 68 anos, professor reformado, deslocou-se de Gouveia para assistir a um “momento de esperança”.
“Também pela Guarda ele traz uma nova esperança, a esperança do Papa Francisco, que é inspiradora e congrega toda a diocese. E que nos leve a uma comunidade aberta, fraterna e de caridade. E ao mesmo tempo chamar os que estão nas margens, nas periferias da diocese”, salienta, em jeito de apelo. “Estou muito contente, vim cedo para aqui e é salutar ver estas comunidades que vieram de Lisboa para celebrar com cânticos. É uma mensagem nova de esperança na diocese”, acrescenta António Machado
O agora bispo emérito da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício aproveitou a celebração para recordar que “ainda não foi possível ouvir o som do órgão de tubos, verdadeiro sonho da população da Guarda e suas instituições”.
E declarou: “Posso dizer que está construído e pago. Todavia, dificuldades cuja responsabilidade pertence à entidade proprietária que é o Estado, uma vez que estamos num monumento nacional, não permitem ainda satisfazer essa legítima aspiração. Um instrumento indispensável numa sé diocesana e o nosso órgão está a tardar a vir, espero que este anseio seja cumprido e com certeza algumas dificuldades colocadas pelo Estado, impede-nos de o ter”, remata.
Entre os presentes, o cardeal e bispo da Diocese de Setúbal, D. Américo Aguiar, lembrou que não interessam as geografias, na hora de assumir um desafio como ser bispo de uma diocese.
“Somos cada vez mais cidadãos do mundo, o que é um cidadão da Guarda? É um cidadão do mundo. Aquilo que nos diferencia não é obstáculo, nem problema, mas oportunidade e diversidade. Ser bispo em Lisboa ou na Guarda tem diferenças, mas a raiz da missão é a mesma”, considerou.
A missão está entregue e ainda antes da cerimónia de ordenação episcopal, D. José Miguel Pereira, que “até há pouco estava em paz” assumiu “estar agora mais comovido ao cruzar com uma data de pessoas que passaram pela sua vida e outras que com a expectativa da sua chegada, o deixaram comovido”.