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Carta do Papa. "Fragilidade humana tem o poder de nos tornar mais lúcidos"

18 mar, 2025 - 09:40 • Aura Miguel

Numa carta dirigida ao diretor do diário italiano “Corriere della Sera”, o Santo Padre volta a lamentar a guerra, que "não faz nada além de devastar as comunidades e o meio ambiente sem oferecer soluções" e defende que "a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova vida e credibilidade”.

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O Papa escreveu uma carta ao diretor do “Corriere della Sera”, na qual reconhece que é urgente e necessário uma reflexão a nível global.

A carta, com data de 14 de março, é dirigida ao diretor do diário italiano, Luciano Fontana, que lhe tinha enviado uma mensagem de rápidas melhoras, questionando Francisco se não gostaria de escrever um apelo.

O Papa aceitou o desafio e escreveu um texto que deixa um encorajamento a todos os que dedicam o seu trabalho e inteligência a informar e usam ferramentas de comunicação que unem o mundo em tempo real.

"A fragilidade humana tem o poder de nos tornar mais lúcidos em relação ao que dura e ao que passa, ao que nos faz viver e ao que mata. Talvez seja por isso que tantas vezes tendemos a negar limites e evitar pessoas frágeis e feridas: elas têm o poder de questionar a direção que escolhemos, como indivíduos e como comunidades”, escreve o Papa.

O Santo Padre deixa um encorajamento a todos os que dedicam o seu trabalho e inteligência a informar e usam ferramentas de comunicação que unem o mundo em tempo real: “Sintam a plena importância das palavras”, pede Francisco.

“Elas nunca são apenas palavras: são fatos que constroem ambientes humanos que podem conectar ou dividir, servir a verdade ou fazer uso dela”. E acrescenta: “Devemos desarmar as palavras, desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de sentido de complexidade."

Preocupado com a falta de paz no mundo, o Papa escreve ainda: "Enquanto a guerra não faz nada além de devastar comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova vida e credibilidade."

"Neste contexto, o papel das religiões é importante" porque “podem recorrer à espiritualidade dos povos para reacender o desejo de fraternidade e justiça, a esperança de paz”, prossegue Francisco, para concluir: "Tudo isso exige comprometimento, trabalho, silêncio, palavras. Sintamo-nos unidos neste esforço, que a Graça celeste não deixará de inspirar e acompanhar."

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