28 mar, 2025 - 21:54 • Ana Catarina André
O Presidente da República defendeu esta sexta-feira, no Congresso Nacional da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), que em Portugal "o secularismo e o laicismo da pós-modernidade têm dificuldade em aceitar a vivência religiosa fora do templo ou da sacristia”. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, trata-se de um “país em que larguíssimos séculos de paternalismo estatal afogaram o associativismo" e "criaram complexos culturais perante a empresa privada".
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O Presidente afirmou, ainda, que a “Europa, renascida após guerras devastadoras, sob o signo de valores personalistas, se cansou de várias das suas raízes, se ensimesmou, se tornou um somatório de egoísmos, trocou valores por algarismos de sucessos fugazes, antes de se render a algoritmos tão úteis se não forem desumanos”.
Diante de mais de 400 empresários e gestores, e referindo-se ao tema “Construtores da Esperança”, que marca o congresso deste ano da ACEGE, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que esperança “é querer outro mundo menos egocêntrico e desumano”.
“É introduzir a razão onde parece só valer a emoção. É reafirmar valores onde é fácil fazer de conta de que morreram, ou estão suspensos.”
A propósito da campanha eleitoral para as legislat(...)
No final do discurso, deixou um repto aos presentes para que “que nós, cristãos, nos encontremos na primeira linha do serviço e na última linha do privilégio”.
A sessão de abertura do congresso da ACEGE contou, ainda, com a presença do patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, que disse que “não é possível falar de esperança sem falar de céu” e que a esperança exige um “compromisso com a justiça, a paz, fraternidade, e a promoção dos direitos humanos”.
Antes, na missa que deu início ao evento, o bispo lembrou que o “essencial da vida é o amor” e chamou a atenção para a escuta que descreveu como “uma sabedoria, uma arte”.
“É mais importante do que abrir a porta de tua casa a alguém. Quando paras para escutar quem de ti se aproxima, estás a escancarar as portas da tua alma e do teu coração”, frisou o D. Rui Valério, dizendo que a escuta “é mais profunda” e concretiza o amor.
Na mesma sessão, João Pedro Tavares, presidente da ACEGE, lembrou que um líder "vive com propósito e tem o bem comum como finalidade". "Acreditamos numa sociedade geradora de maior confiança. Queremos inspirar um Estado que seja parceiro (...) e fomentamos empresas sem pobreza", disse o responsável que, em breve, cessará funções, sendo substituído por Patrícia Liz.
Este sábado, dia 29, o programa do Congresso Nacional da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) inclui, entre outras, conferências sobre temas como “O Impacto da Esperança nas Empresas” e “Os Desafios da Inteligência Artificial à Esperança e à Humanização das Empresas” e conta com oradores como Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), João César das Neves, economista, e Fátima Carioca, Diretora-Geral da AESE Business School.