07 abr, 2025 - 17:31 • Alexandre Abrantes Neves
O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, critica os partidos por apresentarem programas eleitorais sem "grandes compromissos políticos".
Numa conferência sobre diálogo interreligioso esta segunda-feira em Lisboa, D. Rui Valério aproveitou o espaço para perguntas da audiência para lamentar as poucas “causas mobilizadoras” da sociedade atual, que se estendem à atividade política.
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Em declarações à Renascença, o patriarca apelou às principais forças partidárias para “introduzirem grandes metas” nas propostas para as legislativas de 18 de maio, a bem da permanência dos jovens em Portugal.
“Deixo o desejo que um programa eleitoral não seja só um programa que tenha em vista o imediato, mas que tenha em vista algo de mais longínquo. (…) A pressa é inimiga do bom. Sobretudo para os jovens, [é preciso que] seja apresentado um programa que estabeleça caminhos, mas que saiba estabelecer e apresentar horizontes a longo prazo”, apelou.
A propósito da campanha eleitoral para as legislat(...)
Depois de uma semana marcada pelos efeitos das tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos, D. Rui Valério assinala que “ainda é prematuro” para fazer avaliações sobre o tema, mas nota a “apreensão das indústrias”. O antigo bispo das Forças Armadas lamenta, no entanto, que os mais pobres sejam os mais afetados pela decisão do presidente Donald Trump.
“Preocupa-nos as motivações que estão por detrás destas decisões e motivações. Não têm, na devida conta, aquilo que são os mais frágeis e os mais necessitados, os mais débeis e os mais pobres. Se começarmos a considerar que o ser humano é apenas um meio para o crescimento económico, estamos no oposto daquilo que deve ser uma abordagem ética das nações e democracias”, criticou.
D. Rui Valério participou, na tarde desta segunda-feira, numa conferência sobre diálogo interreligioso na Universidade Aberta, em Lisboa. Num painel partilhado com representantes da comunidade islâmica e evangélica, o patriarca defendeu que a Igreja Católica permanece “consciente e atenta” da necessidade de “ouvir e escutar reciprocamente” as outras religiões: “É um alicerce para a paz”, sublinhou.