20 abr, 2025 - 09:25 • João Malheiro , Aura Miguel
O Papa alerta que "não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento" e sublinha que "a necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento", no texto da Benção Urbi et Orbi, lido depois do fim da missa de Páscoa, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Apesar do estado de saúde ainda frágil, o Papa saudou os cerca de 50 mil presentes e desejou a todos uma boa Páscoa. O mestre de cerimónias, Diego Ravelli, leu a mensagem escrita pelo Sumo Pontífice.
No texto, Francisco apela "a todos os que, no mundo, têm responsabilidades políticas para que não cedam à lógica do medo que fecha, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento".
"Estas são as armas da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!", aponta Francisco, na mensagem lida este domingo", aponta.
O Santo Padre indicou que "perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários" é importante não esquecer q"ue não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade".
"E, neste ano jubilar, que a Páscoa seja também uma ocasião propícia para libertar os prisioneiros de guerra e os presos políticos!", apelou.
A leitura de Diego Ravelli da mensagem de Francisco foi interrompida, por duas vezes, com aplausos dos fiéis às mensagens em prol da paz e ao fim dos conflitos.
O Papa quer que o mundo volte a ter esperança e que a paz seja possível. Espera que, a partir do Santo Sepulcro, Igreja da Ressurreição, onde este ano a Páscoa é celebrada, no mesmo dia por católicos e ortodoxos, "se irradie sobre toda a Terra Santa e sobre o mundo inteiro a luz da paz".
Francisco admite, ainda, sentir-se "próximo dos cristãos que sofrem na Palestina e em Israel, bem como do povo israelita e palestiniano".
"É preocupante o crescente clima de antissemitismo que se está a espalhar por todo o mundo. E, ao mesmo tempo, o meu pensamento dirige-se ao povo, em particular, à comunidade cristã de Gaza, onde o terrível conflito continua a gerar morte e destruição e a provocar uma situação humanitária dramática e ignóbil. Apelo às partes beligerantes que cheguem a um cessar-fogo, que se libertem os reféns e se preste assistência à população faminta, desejosa de um futuro de paz!", escreveu o Santo Padre.
No fim, Francisco circulou pela Praça de São Pedro, no Papamóvel - a primeira vez que o fez desde que teve alta hospitalar - saudando todos os fiéis que se concentraram no local, para assinalar o dia da Ressurreição de Cristo. Pelo caminho, abençoou várias crianças, dando a mão ou distribuindo rebuçados.
"Jesus está vivo mas temos de O procurar e, por isso, não podemos ficar parados”, afirmou, este domingo, o Papa, na homilia que escreveu para este domingo. O texto foi lido pelo cardeal Angelo Comastri que presidiu à missa da Ressurreição, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Papa teve um breve encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), na Casa Santa Marta, no Vaticano.