21 abr, 2025 - 20:33 • Fábio Monteiro
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou esta segunda-feira uma homenagem ao Papa Francisco, que morreu ao romper da manhã em Roma.
Numa curta declaração aos portugueses, Marcelo descreveu o pontífice como um amigo intenso de Portugal e uma das mais corajosas vozes espirituais dos últimos anos.
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“Não era um qualquer Chefe de Estado amigo de Portugal”, começou por afirmar, lembrando que o Papa era o sucessor da Santa Sé, a primeira entidade a reconhecer a independência portuguesa em 1179. “Há quase oito séculos e meio”, sublinhou.
A relação de Francisco com Portugal começou mais tarde na sua vida, quando visitou Fátima em 2017, por ocasião do centenário das aparições. “Descobriu Portugal e Fátima, que não conhecia, tarde na sua vida”, disse Marcelo, destacando a canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto como momento inaugural de uma ligação intensa.
O Presidente da República evocou também a canonização de Bartolomeu dos Mártires e, sobretudo, a presença do Papa na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, em 2023. “Momento inesquecível da presença portuguesa no mundo”, descreveu.
Marcelo lembrou os vários encontros que teve com Francisco — em 2016, 2019 e 2021 — e traçou um retrato do pontífice como “o pároco nunca rendido às vestes do Bispo, do Cardeal, do Papa”, elogiando a sua simplicidade, abertura e alegria partilhada.
Mais do que uma figura simbólica, Marcelo definiu Francisco como uma referência ética e moral no cenário internacional. “Foi talvez a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos 12 anos”, afirmou.
O Papa foi também, segundo Marcelo, uma figura próxima dos que mais sofrem. Lembrou a sua presença constante “ao lado dos que morrem vítimas das diárias negações dos direitos humanos, das migrações forçadas, da guerra e da opressão”.
“Em nome de todos os portugueses, crentes e não crentes, concordantes ou discordantes, agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal”, declarou o Presidente, sublinhando a universalidade da sua mensagem.
Marcelo terminou a sua intervenção com um apelo à continuidade do legado do Papa. “A sua luta não é de um credo, de uma igreja, de uma nação eleita. A sua luta é de todos e de cada qual, hoje, amanhã e sempre”, concluiu.