21 abr, 2025 - 11:40 • Aura Miguel
Com a morte de Francisco, a Igreja entra numa fase conhecida como Sede Vacante, o que significa que a Cátedra da Sé de Roma está temporariamente vazia.
O Colégio dos Cardeais perde poder e jurisdição em questões da competência do Santo Padre, no entanto, pode despachar assuntos comuns ou inadiáveis, desde que não alterem as leis da Santa Sé nem as decisões papais.
Apesar de todos os membros da Cúria Romana apresentarem a demissão, há algumas exceções. É o caso do cardeal Camerlengo, que assume interinamente a direção desta fase relacionada com a preparação do Conclave e eleição do novo Papa. Encarregado de administrar as propriedades e finanças da Santa Sé, o cardeal Camerlengo conta com a ajuda do cardeal coordenador do Conselho para a Economia.
Em funções, continuam também o cardeal Penitenciário-Mor, para assuntos do foro íntimo, e do cardeal Esmoler, para o exercício das obras de caridade. Os legados papais e núncios apostólicos mantêm os seus cargos. Caso tenham de tomar alguma decisão que normalmente precisaria de confirmação do Papa, esta deve ser submetida ao Colégio dos cardeais.
A vacância da Sé de Pedro termina imediatamente após a eleição do novo Papa.
O período de Sede Vacante faz-se acompanhar por uma série de curiosidades, que são particularmente aguardadas por filatelistas e colecionadores de moedas.
Cada Papa tem o seu próprio brasão, que ornamenta as moedas e os selos do Vaticano. Na morte do Papa, a Santa Sé prepara e emite uma série de moedas e selos com as armas da Sede Vacante, que são as mesmas do Cardeal Camarlengo, mas com as chaves cruzadas de São Pedro, em ouro e prata, símbolo do papado, cobertas por um umbráculo (espécie de guarda-sol às riscas em forma de cone). Em vez do nome do pontífice aparece a expressão Sede Vacante.
Neste período, as janelas do Palácio Apostólico têm as suas portadas fechadas e ficam suspensas, na Santa Sé, quaisquer atividades relacionadas com todo o tipo de audiências.