22 abr, 2025 - 13:38 • Henrique Cunha
Em declarações à Renascença, na reação à morte do Papa, que aconteceu na segunda-feira, dia 21 de abril, o bispo de Angra afirma que apesar de Francisco ser o “primeiro Papa que não esteve fisicamente presente (no Concílio Vaticano II), ele “absorveu sobretudo a dimensão de abertura que o Concílio trazia, sobretudo a abertura a uma humanidade que deve ser também corpo porque Cristo veio para todos, independentemente da sua proveniência, a sua naturalidade, a sua religião, o seu sexo, as suas crenças”. “Este Papa dá a impressão que o Concílio lhe corria nas veias”, afirma.
Por isso, D. Armando Esteves entende que “esta Igreja que o Papa Francisco durante estes 12 anos ajudou a construir e que marcou com o seu estilo, com a sua palavra e com os seus gestos; esta Igreja não voltará atrás”, até porque “há um povo de Deus empapado, isto é amassado com a forma como este Papa ouviu o Espirito Santo e foi capaz de ouvir as pessoas, ao ponto de criar uma simbiose que motivou tantos leigos, animou tantas mulheres, e animou também todos aqueles que durante muito tempo estavam mais calados e que gostariam de participar mais e não sabiam como”.
“Portanto, é um legado que fará com que a Igreja não volte atrás. Virão novos Papas, trarão coisas novas, o Espírito Santo continuará a assisti-los, mas sublinho assistiu e de que maneira este tempo e há um legado extraordinário que Francisco nos deixa”, acrescenta.
O também Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização sublinha por outro lado o trabalho do Papa Francisco na procura do Ecumenismo e do diálogo inter-religioso.
O bispo de Angra sublinha que “sobre o ecumenismo, o Papa disse que era irreversível, e daí ele ter tido também esta paixão pelos encontros com todas as religiões, pois onde ia faziam sempre parte das suas visitas apostólicos o encontro quer ecuménico quer inter-religioso”.
“Ficou famoso o encontro em Abu Dhabi, lembrando o que Francisco de Assis tinha feito com o sultão Al-Malik Al-Kamil, e o Papa quis também encontrar em Abu Dhabi para assinar uma declaração conjunta em nome de todos os povos, dos pobres, da natureza e em nome de Deus, dizendo que efetivamente este compromisso conjunto e assinado entre muçulmanos e o Papa era o caminho para o desenvolvimento da paz”, recorda.
“E este encontro foi emblemático porque também ele estará na origem da Encíclica Fratelli Tutti”, conclui.