Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Reportagem

​Em polaco e português, obrigada Francisco. "Deixou-nos um legado espetacular"

22 abr, 2025 - 18:22 • Cristina Nascimento

Livro de condolências na Nunciatura Apostólica, em Lisboa, está disponível para todos os que quiserem prestar uma última homenagem ao Papa Francisco. Altas figuras do Estado português já assinaram, assim como Mariana e Teresa Biela.

A+ / A-

Estavam perto da Nunciatura Apostólica, viram a porta aberta e não hesitaram: entraram para assinar o livro de condolências, aberto esta terça-feira, pela morte do Papa Francisco.

Mariana Biela, a mãe, e Teresa, 16 anos, são portuguesas e vivem na Polónia. Como tantos portugueses emigrados, vieram a Portugal na Páscoa. Também estiveram cá em agosto de 2023.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

“Quando foi a Jornada Mundial da Juventude também estivemos aqui precisamente, perto da Nunciatura, passámos aqui e vimos o Papa sei lá quantas vezes, a passar de carro, a ir, a vir”, recorda Mariana.

A ocasião neste momento não é de festa. Francisco morreu e Mariana quis prestar uma última homenagem, em forma de agradecimento. “Escrevemos as duas um 'obrigado', um em português e um em polaco, porque são as duas línguas da nossa família”.

Questionamos Mariana sobre o que queria ao certo agradecer.

“Quem leu aquilo que ele escreveu - e não só aquilo que às vezes diziam os cabeçalhos das notícias - percebeu como ele era profundo, percebeu como ele, de facto, mostrou-nos o verdadeiro rosto de Jesus misericordioso. E mostrou-nos imensas coisas que, de facto, nós estávamos a perder um bocadinho”, explica.

Mariana acrescenta, de sorriso rasgado: “deixou-nos um legado espetacular”.

“O país todo foi tocado por facetas do Papa Francisco”. Marcelo assina livro de condolências
“O país todo foi tocado por facetas do Papa Francisco”. Marcelo assina livro de condolências

Um Papa que ia "ao encontro das pessoas"

O funeral de Francisco será no sábado, 26 de abril. Nessa altura, a família Biela já estará de volta à Polónia. Mas nada mudará a memória que guardam do Papa que vieram homenagear.

O que me fica na memória é ele ir ao encontro das pessoas, de uma forma muito física… Ele abraçava, lavava os pés aos presos, via pessoas doente… não tinha medo daquele afeto mesmo muito humano”, diz Mariana.

Ao lado a filha Teresa, 16 anos, ouve as explicações da mãe. Vai seguindo a conversa e acena. Num português quase perfeito, corrobora o que acaba de ouvir. A JMJ é a principal recordação que guarda do Papa Francisco, pois foi “a única vez que o vi com os meus próprios olhos e não foi na televisão”.

E há diferença de o ver na televisão? “É diferente porque sei que é uma pessoa real, não é uma pessoa que fica sempre escondida, que não fala com as pessoas e não está com elas. Vê-lo, ver a cara dele, fico a saber que ele tenta estar com as pessoas”, descreve.

Para Teresa, este será o seu primeiro Papa. Já pensa em quem será o próximo, mas os sentimentos são contraditórios.

“Fiquei muito feliz porque vi o Papa várias vezes e agora estou meio triste porque ele morreu, mas depois estou meio feliz para saber que vai haver um Papa novo, para saber onde é que ele é”, remata.

O livro de condolências do Papa Francisco fica assinado e na volta levam uma pagela do Papa Francisco, oferecida pela Nunciatura Apostólica.

Nas manhãs de quarta e quinta-feira o livro voltará a estar disponível, a partir das 10h00.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+