22 abr, 2025 - 01:43
“Um homem simples que levou Cristo ao mundo e o mundo a Cristo”, quando este mesmo mundo vive agora “um momento de profunda comoção”. Foram algumas das palavras do Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, durante a eucaristia de homenagem ao Papa Francisco, na Sé de Lisboa.
D. Rui Valério lembrou ainda a que a vida do Papa Francisco “foi marcada por uma transformação pascal: da doença à oferta, da idade à sabedoria, do sofrimento à esperança.
Já no final da missa, em declarações aos jornalistas, o Patriarca de Lisboa recordou o homem que aproximou as pessoas da Igreja.
“Ele quase que democratizou o pontificado e aquilo que é a missão do Sumo Pontífice, na medida em que se tornou próximo e essa proximidade do Papa Francisco não tem uma relevância apenas social ou antropológica, ou seja, ao nível do ser humano. É uma proximidade que se torna, por sua vez, referência para uma outra proximidade maior que é aquela de Deus com o mundo, de Deus connosco. Ao mesmo tempo, a sua proximidade quer ser fonte e princípio de aproximação”, declarou.
D. Rui Valério lembrou ainda que o Papa Francisco tudo fez para juntar os povos e as nações.
"Um profeta incansável em busca da paz partiu, já não está fisicamente no meio de nós, no entanto, eu sou alguém que desenvolve um profundo sentido de confiança e também de esperança. Eu tenho esperança que as sementes das mensagens, das palavra e dos gestos proféticos e simbólicos realizados pelo Papa Francisco possam, de alguma maneira, ter o mesmo destino que têm aquelas sementes quando são lançadas à terra”, afirmou.
Questionado ainda sobre se gostaria de ver um papa português como sucessor de Francisco, D Rui Valério não escondeu que tal notícia seria recebida com orgulho.
“Se eu gostaria de ver, na sede de São Pedro, um português, um lusitano? Claro, isso seria maravilhoso e seria a melhor forma de nós homenagearmos o nosso conterrâneo, o Papa João XXI, cujo corpo e restos mortais repousam em Viterbo”, reconheceu.
O Patriarca acrescentou ainda que “foi incansável a labuta do Papa Francisco para aproximar os povos uns dos outros, para aproximar as pessoas, era por isso que ele sofria tanto".
A missa de homenagem ao Papa Francisco, na Sé de Lisboa, contou com centenas de pessoas. Entre as várias individualidades presentes, o autarca de Lisboa lembrou a organização das Jornadas Mundiais da Juventude. Carlos Moedas disse aos jornalistas que vai levar à reunião de Câmara uma proposta para alterar o nome do Parque Tejo para Parque Papa Francisco. A ideia é bem acolhida por D. Rui Valério.
“Realmente, há uma ligação do parque Tejo ao Papa Francisco. Mas, que seja para todos nós um apelo sobre a urgência da fraternidade e, ao mesmo tempo, que seja para nós uma memória viva para as responsabilidades que nós temos para com a ecologia. O Papa Francisco falou de uma ecologia integral e, reparem, não há lugar mais indicado para assinalar essa integralidade da ecologia que o Parque Tejo”, defendeu, ao mesmo tempo que se confessou “emocionado” por ter visto a Sé de Lisboa repleta de fiéis.
Morte Papa Francisco
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Aos 21 anos, Maria Daniela, uma estudante universitária, diz à Renascença que se deslocou à Sé de Lisboa porque sente “um grande amor pelo Papa Francisco”.
“Foi muito importante para a nossa geração. Era muito ligado a Fátima e teve um grande impacto na minha vida por causa das jornadas. Eu adorei as jornadas”, afirma sorridente.
Ao lado, o amigo Francisco Lima Mayer também recorda com emoção as Jornadas Mundiais da Juventude.
"Lembro-me que no último dia, íamos dormir no Parque Tejo e eu sentei-me pelo meio-dia, debaixo de um calor terrível, para marcar lugar. Ao fim de cinco horas vem um voluntário ter connosco e disse que tínhamos de sair dali. Eu fiquei irritadíssimo e estava já a preparar-me para sair quando vejo o Papa a passar à minha frente no papamóvel. Partiu toda a irritação que eu tinha e fiquei babado a olhar para o Papa”, conta à Renascença.
O estudante de arquitetura acrescenta ainda que o Papa Francisco lutou pela unificação dos povos. “Espero que o próximo faça, pelo menos, igual e não pior”, conclui.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, também marcaram presença na missa em honra do Papa Francisco.