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Entrevista ao Núncio Apostólico em Portugal

"Papa Francisco amava Portugal de forma especial"

22 abr, 2025 - 15:57 • Cristina Nascimento

D. Ivo Scapolo, há seis anos em Portugal, recorda a disponibilidade do Papa Francisco e a memória que o Papa levou de Lisboa e da Jornada Mundial da Juventude.

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Está há seis anos em Portugal e hoje D. Ivo Scapolo abriu as portas da Nunciatura Apostólica, em Lisboa, para acolher quem quiser assinar o livro de condolências pela morte do Papa Francisco.

Em entrevista à Renascença, o Núncio Apostólico em Portugal recorda a visita do Papa Francisco, em 2023, para a Jornada Mundial da Juventude, o legado que deixa e o desafio "difícil" que o próximo Papa terá.

O livro de condolências já foi assinado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, pelo Presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar Branco, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel, outros representantes diplomáticos em Portugal e por cidadãos anónimos.

O livro pode ser assinado na quarta e quinta-feira, durante a manhã (a partir das 10h00).

Nesta hora de despedida do Papa Francisco, que mensagem gostaria de deixar?

Como representante da Santa Sé e do Papa em Portugal, quero manifestar o meu apreço por muitas manifestações de pesar que temos recebido nestes dias. Estas manifestações de pesar são indicação do apreço, amor, carinho que as autoridades portuguesas e também do povo português, da Igreja em Portugal, têm tido sempre e mantêm vivo o Papa Francisco.

É uma ocasião triste, considerar que o Papa Francisco faleceu, mas também uma ocasião para apreciar a herança que o Papa deixou a todo mundo, de maneira especial a Portugal. Sabemos que o Papa Francisco amava de maneira especial Portugal, veio aqui duas vezes, em 2017 e 2023, para a Jornada Mundial da Juventude. Sabemos também que o Papa conservava, de maneira especial, uma recordação muito positiva da experiência que teve com todos os jovens que participaram na Jornada Mundial da Juventude.

Penso que este é o momento de recordar o seu testemunho, o seu trabalho, o seu serviço, mas também uma ocasião para pensar que tudo o que ele fez é uma responsabilidade para todos nós, para manter vivos os valores que ele nos ensinou com sua palavra e com seu exemplo.

D. Ivo Scapolo já era Núncio Apostólico quando o Papa veio a Portugal para a JMJ e ficou aqui alojado. Que memória guarda dessa passagem do Papa Francisco?

Eu tive a alegria e a honra de receber o Papa Francisco durante cinco dias aqui na Nunciatura, estando com ele também nos momentos do almoço, do jantar… O que eu admirei no Papa Francisco foi esta grande disponibilidade e docilidade que tinha para dar respostas aos pedidos que chegavam.

Sabemos que havia um programa oficial, mas com o passar dos dias, este programa começou a aumentar porque havia pedidos de pessoas doentes, pessoas necessitadas, outras autoridades que desejavam encontrar o Santo Padre… Então o programa ia crescendo sempre mais e eu notei sempre uma total disponibilidade, generosidade.

Sabemos que ele o fazia realmente com ânimo sincero, com essa grande disponibilidade que sempre manifestou durante o seu pontificado.

Essa disponibilidade, esse desejo de encontrar as pessoas, de transmitir a mensagem do Evangelho e dar exemplo dessa mensagem do Evangelho, é uma ocasião também para nós para recordar e imitar o seu exemplo e cumprir a sua palavra.

No atual contexto internacional, o próximo Papa tem um desafio difícil?

Ser Papa é um desafio grande, é uma grande missão, grande responsabilidade. Por este motivo é importante para todos, sobretudo para os cristãos, para os católicos, acompanhar o novo Papa com a oração.

Sabemos que mediante a oração, mediante também a intercessão de Nossa Senhora, Nossa Senhora de Fátima, com a qual o Papa, e os Papas, tiveram sempre uma especial relação, temos que rezar para que, no momento de escolher o novo Papa - e depois também - acompanhar o novo Papa com nosso carinho, nosso apoio e nossa oração.

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