23 abr, 2025 - 21:18 • Aura Miguel, enviada especial a Roma
A segunda Congregação reuniu esta quarta-feira 103 cardeais de várias
idades, mas não foi referido quantos dos participantes terão direito a voto no
próximo Conclave que vai eleger o sucessor do Papa Francisco.
Milhares de fiéis e de jornalistas já estão em Roma para a despedida do Santo Padre.
Nesta reunião ficou decidido quais os nove cardeais que presidirão às nove missas exequiais , após a sepultura do Papa na Basílica de Santa Maria Maior.
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Foi também decidido que, a partir de quinta-feira, a recitação do terço das 21h00, que até agora se fazia na Praça de São Pedro, passa ser no átrio da Basílica de Santa Maria Maior, local onde, no próximo sábado, o Santo Padre será sepultado.
A Sala de Imprensa informou que, esta quarta-feira, entre as 11h00 e as 19h30, entraram na Basílica de São Pedro 19.430 pessoas e, se o fluxo de gente continuar até à meia-noite, a Santa Sé poderá prolongar o horário de abertura.
Interrogado sobre o número de autoridades e chefes de Estado que já manifestaram intenção de participar no funeral do Papa Francisco, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, não quis adiantar nomes porque a lista de individualidades não está fechada.
E sobre a data e outros pormenores relacionados com o Conclave, o diretor da Sala de Imprensa remeteu esse tipo de informações para depois do funeral.
O interesse mundial pelo que se passa agora em Roma, provocou já uma “invasão” de jornalistas, fotógrafos e operadores de imagem, ao ponto de ter sido necessário organizar um sala de imprensa alternativa para os quatro mil jornalistas que, até ao dia de hoje, pediram acreditação temporária junto da Sala de Imprensa da Santa Sé.
O cardeal Angelo Becciu, antigo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos que foi afastado por Francisco, quer marcar presença no Conclave que vai eleger o novo Papa.
Em entrevista ao jornal italiano "Unione Sarda", o cardeal lamentou a morte de Francisco e disse que "não há impedimento formal ou legal" à sua presença no Conclave, porque não renunciou ao cargo.
"Ao convocar-me para o último consistório [assembleia de cardeais por ocasião da nomeação de novos cardeais], o Papa reconheceu as minhas prerrogativas cardinalícias, na medida em que não houve nenhuma vontade explícita de me excluir do conclave, nem houve qualquer pedido explícito por escrito da minha renúncia. A lista [dos eleitores do conclave] publicada pela Santa Sé não tem qualquer valor e deve ser considerada como tal", frisou.
O cardeal foi afastado devido a um conjunto de negócios e investimentos pouco claros, realizados pela Secretaria de Estado do Vaticano, na época em que Angelo Becciu coordenava esses fundos e movimentos financeiros. E também a suspeita de ter desviado verbas para instituições relacionadas com a sua família na Sardenha.
Em dezembro de 2023, foi condenado pelo Tribunal do Vaticano a cinco anos e meio de prisão, por fraude financeira, na sequência do caso sobre atos ilícitos com fundos da Secretaria de Estado.
O antigo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos foi considerado culpado de três acusações de peculato e ficou impedido de desempenhar cargos públicos.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé foi questionado esta quarta-feira sobre a questão.
Matteo Bruni apenas referiu que será a Congregação dos Cardeais a decidir se Angelo Becciu pode participar na reunião para eleger o novo Papa, que deverá começar no início de maio.
Angelo Becciu foi incluído pela Sala de Imprensa do Vaticano entre os cardeais "não eleitores".