24 abr, 2025 - 06:00 • Pedro Mesquita , enviado a Roma
Num pequeno túnel junto ao Vaticano, encontro as periferias da sociedade, as margens que Francisco nunca esqueceu, nas palavras e nos atos.
Giovanni está deitado no chão. Ao seu lado, um cobertor. É um homem em situação de sem-abrigo. E quando me baixo para o ouvir, diz-me que este Papa colocou dormitórios à disposição e, muitas vezes, convidou os mais pobres para almoços e festas.
Preocupava-se: “O Papa ajudou muito. Deu-nos de comer todos os dias. Espero que no futuro, quando estivermos próximos, ele nos dê uma mão também. Ele convidou-nos para almoços, festas, fez várias coisas por nós. Ele colocou à nossa disposição, antes, quatro ou cinco dormitórios. O Papa preocupava-se connosco. Foi um bom Papa, sim.”
Saio deste pequeno túnel da vida, aproximo-me da colunata e encontro mais uma pessoa em situação de sem- abrigo. António tem resposta pronta quando lhe pergunto quem foi para ele Francisco: “O Papa deu-nos a oportunidade de dormir num dormitório, que é uma coisa rara em todo o mundo. Ele tinha sentimentos, um sentimento pelos pobres muito verdadeiro. Era um Papa muito próximo, muito próximo - como dizer?... - os seus princípios, aos seus ideais. Na verdade, chamava-se Francisco e foi o papa dos pobres. Objetivamente, ele foi muito próximo aos pobres.”
Despeço e António remata: “O Papa era bom… Agora, veremos…”