24 abr, 2025 - 12:25 • Henrique Cunha , Teresa Almeida
O Superior Geral dos Jesuítas diz que o Papa Francisco nunca se preocupou com os seus índices de popularidade.
Numa conferência de imprensa esta quinta-feira em Roma, o padre Arturo Sosa sublinhou que Francisco sempre teve em mente “a defesa da dignidade humana”:
“A sua profunda motivação na vida, era colocar em prática a vontade de Deus. Isto é, contribuir para a transformação da humanidade, para fazer deste mundo um lar digno para todos os seres humanos. O Papa Francisco nunca tentou agradar a todos, ou medir o seu desempenho baseado num índice de popularidade. Ele sabia que suas ações e decisões não agradariam a todos. O importante era ouvir, e dialogar, com a complexidade da realidade, e interpretar os sinais dos tempos. Francisco foi um homem que captou o olhar misericordioso de Deus sobre a complexidade humana e que deu a sua vida para maiores espaços por uma vida comum”, afirmou
O superior geral dos Jesuítas disse ainda que a defesa da paz é uma marca indelével do seu pontificado. O sacerdote referiu que o Papa clamou “pela paz em todos os momentos, em todas as ocasiões”, e ao mesmo tempo foi lembrando que a defesa da paz tem de ser “uma prioridade de todos”. E sublinhou que no pensamento de Francisco estava acima de tudo a ideia de que “a paz é deixar de lado qualquer outra prioridade que não seja a dignidade das pessoas”, e que a paz “significa justiça com os pobres”. "Então, eu acho que a oração constante e a defesa constante da paz são uma mensagem muito importante para hoje”, acrescentou.
Na conferência de imprensa, o superior geral dos Jesuítas foi ainda interrogado sobre o próximo Conclave e sobre o próximo Papa; mas o padre Arturo Sosa disse que não iria comentar o assunto até que o novo Papa seja eleito, lembrando que “o Conclave se reúne para eleger o sucessor de Pedro; não o sucessor de Francisco”.
“Todo o Papa é escolhido para usar as sandálias do pescador, daquele que Jesus colocou à frente da comunidade dos seus discípulos. E a companhia de Jesus, como bem sabem, nasceu para servir a missão da Igreja sob a direção direta do Papa. Assim que o novo Papa for eleito nós colocamo-nos à sua disposição, como sempre o fizemos, desde há 450 anos", assgurou.
O sacerdote não se alongou em comentários sobre um eventual processo de canonização do Papa Francisco, mas referiu que "a Santa Mãe Igreja tem uma tradição muito sábia e que é a de que antes de uma pessoa ser declarada Santa é preciso saber esperar". Ainda assim sublinhou que no processo de declarar um santo "há uma coisa muito importante e que é a devoção popular". "Neste momento o que temos de sublinhar é precisamente o seu convite a que precisamente nós sejamos Santos", conclui.