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Renascença em Roma

Funeral do Papa Francisco esgota hotéis de Roma e faz disparar preços

25 abr, 2025 - 07:19 • João Pedro Quesado enviado especial a Roma

Preços abaixo de 100 euros são difíceis de encontrar, e são raros os quartos abaixo dos 200 euros. Aumento dos preços também nos dias a seguir ao funeral, numa tempestade perfeita entre época alta, Páscoa e o funeral de um Papa popular.

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Mais de 200 mil pessoas são esperadas em Roma para o funeral do Papa Francisco, segundo as estimativas da empresa pública de transportes da capital italiana. A afluência de fiéis está naturalmente a aumentar a pressão sobre o setor do alojamento e hotelaria, com lotações esgotadas e preços a aumentar.

É preciso pesquisar muito para encontrar alojamento em Roma na noite de 25 para 26 de abril, o dia do funeral do Papa, e os preços são para poucas carteiras. Os quartos a menos de 100 euros por noite são uma miragem, e também é difícil encontrar por menos de 200 euros. Em alguns hotéis, a procura esgotou tudo menos as opções mais luxuosas, que superam os mil euros.

Em alguns casos, os preços são mais caros do que noutras alturas da época alta romana. A Renascença encontrou hotéis que estão a cobrar duas ou três vezes mais nesta altura do que estão a pedir por noite para reservas no início de junho — é o caso de dois na Piazza del Risorgimento, que pedem 590 e 490 euros por noite para reservas nos dias seguintes ao funeral de Francisco face a cerca de 200 euros em junho. Na época baixa, em novembro, os preços não excedem os 175 euros.

Ainda perto do Vaticano, na zona do Castel Sant’Angelo, um hotel pedia 760 euros para um quarto duplo na noite de 25 para 26 de abril — esse quarto deixou de estar disponível ao fim do dia. Em junho, o mesmo tipo de quarto pode ser reservado por 193 euros.

A Renascença foi a vários hotéis e alojamentos tentar perceber quão rapidamente os preços subiram após a notícia da morte do Papa, mas poucos quiseram falar, e apenas uma pessoa aceitou gravar a conversa. Num pequeno hotel a menos de 10 metros da muralha da Cidade do Vaticano, um rececionista explicou como a proliferação de alojamentos alternativos a hotéis ajuda a subir os preços.

“Estamos no meio da época alta, porque a meio de junho começa a ficar muito quente, e em julho e agosto é época baixa, porque não há atividade no Vaticano e está demasiado quente para visitar a cidade”, aponta o homem, que preferiu não ser identificado e diz que os preços “são altos por ser época alta e estarmos no período da Páscoa”.

“Não estamos a subir os preços por causa do funeral, mas estou a falar apenas deste hotel”, sublinha o rececionista, apontando depois aos muitos “bed and breakfast” da zona de Borgo Pio, onde diz haver apenas três hotéis. Este tem os 16 quartos cheios, e cada quarto duplo ocupado nestes dias foi reservado por 230 euros por noite.

Comparando com outros funerais, a avaliação deste profissional é que há certamente mais gente do que no funeral de Bento XVI, no início de 2023, mas menos do que quando João Paulo II morreu. Aí, “havia tanta gente que simplesmente não dava para andar na rua”.

As estimativas do funeral de Karol Wojtyla apontam que cerca de quatro milhões de pessoas foram a Roma para participar nas cerimónias. No caso de Bento XVI, os números são à volta de 50 mil pessoas. As estatísticas das exéquias de Francisco ainda são um exercício de adivinhação, mas o impacto nos hotéis da cidade foi rápido.

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