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Para “honrar a memória” do Papa, “líderes têm de dar passos concretos e rápidos pela paz”

25 abr, 2025 - 15:08 • Ana Catarina André, em Roma

A afirmação é do sacerdote jesuíta Nuno Gonçalves, diretor da revista La Civiltà Cattolica, que acompanhou o Papa nas últimas três viagens.

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O jesuíta Nuno Gonçalves, diretor da revista La Civiltà Cattolica, cujo conteúdo é aprovado pela Secretaria de Estado do Vaticano, considera que se os líderes mundiais que vão ao funeral do Papa, “quiserem honrar a sua memória, têm que dar passos concretos e rápidos pela paz”. Entre as presenças confirmadas estão as dos presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Volodymyr Zelensky (Ucrânia), Emmanuel Macron (França) e Javier Milei (Argentina).

Em entrevista à Renascença, o português Nuno Gonçalves, que acompanhou o Papa nas últimas três viagens, recorda que a última mensagem de Francisco, no dia de Páscoa, foi um apelo ao fim dos conflitos. “É um Papa que lutou incansavelmente pela paz”, diz o sacerdote, que destaca também o modo como Francisco se empenhou na defesa da vida “desde a conceção até à morte natural.

“Há um aspeto em que o Papa Francisco manifestou uma enorme defesa de vida, que foi a reformulação daquilo que o catecismo da Igreja Católica diz sobre a pena de morte. Tal como estava, deixava ali uma porta aberta. O Papa Francisco mudou aquela formulação de maneira a tornar a doutrina da Igreja, absolutamente contra a pena de morte, não só em termos práticos, mas em termos teóricos”, afirma.

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Do legado do primeiro Papa argentino na história, Nuno Gonçalves destaca, também, a vida de oração de Francisco.

“Toda a preocupação social que viveu com gestos muito fortes brotava de uma vida espiritual profunda e de um querer encarnar os valores do Evangelho”, considera, recordando também o seu sentido de humor.

Nuno Gonçalves lembra-se bem da visita, em setembro de 2024, a quatro países da Ásia e da Oceânia. No encontro com os jesuítas, em Singapura, Francisco perguntou-lhes se tinham alguma publicação. Quando lhes responderam que não, frisou a sua importância. “Eu estava sentado mais ou menos em frente ao Papa que reparou na minha cara satisfeita e disse: ‘olhem como ele está contente’", recorda o diretor da revista que este ano celebrou 175 anos.

"Depois, várias vezes, quando nos cruzámos, ou durante as viagens, no avião, durante o voo, tinha quase um refrão. Via-me e dizia: ‘as publicações são muito importantes’”, recorda, bem-disposto.

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