27 abr, 2025 - 11:31 • André Rodrigues , enviado especial a Roma
O primeiro dia após o funeral de Francisco trouxe à Basílica de Santa Maria Maior um movimento não muito longe do habitual para uma manhã de domingo.
A diferença é que a fila começou a formar-se bastante mais cedo nesta manhã de domingo. Às 07h30, hora de Roma, quando as portas abriram, a fila até ao controlo de segurança chegava a meio da parte lateral da Basílica, na Via Liberiana.
O frio das primeiras horas da manhã não desencorajou. Em família ou em grupo, os fiéis foram chegando. Ora conversadores, ora em silêncio, alternando cânticos com recitações do terço. Outros, em correria das traseiras da Basílica até ao último lugar da fila.
A par com a Praça de São Pedro, mais ou menos a seis quilómetros daqui, Santa Maria Maior é o segundo local mais procurado da cidade centro do mundo.
“Tudo isto faz-me sentir uma emoção muito grande”, admite Valdecir, um peregrino brasileiro de um grupo de Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina.
Veio até Santa Maria Maior na manhã deste domingo, depois de ter estado na cerimónia exequial na Praça de São Pedro.
A fila avança. À emoção de estar a poucos metros do túmulo do Papa, este brasileiro admite sentir “um vazio, porque o Papa Francisco era muito amado”.
Estar perto dele traz-lhe “boas recordações de um Papa simples, amigo dos pobres”.
À frente do grupo, Kika leva a bandeira do Brasil. É guia turística em Roma há 25 anos: “faço sempre esta visita com grupos de brasileiros e, também, muitos portugueses”, conta à Renascença.
Kika guarda a memória de um Papa que “não se esquecia dos desfavorecidos” e conta que, “nos primeiros anos do seu pontificado, às sextas-feiras, ele saía com uma Fiat Uno simples pelas ruas de Roma e escolhia 12 mendigos, como 12 apóstolos, para a missa na Casa Santa Marta. Isso foi inesquecível”.
Uns metros atrás, Leda, outra das peregrinas deste grupo de Florianópolis, escuta as palavras da guia e não evita emocionar-se: “é uma oportunidade única podermos estar aqui, porque somos do Brasil… e queremos, com certeza, fazer a nossa homenagem, por respeito e gratidão” pelo pontificado de Francisco.
À medida que as horas passam, adensa-se o movimento de turistas e de automóveis. Torna-se mais difícil circular por Santa Maria Maior.
Sejam mais jovens, ou mais idosos, pessoas com mobilidade reduzida que entram com prioridade na fila. A logística de segurança inclui reforço policial, de elementos da Proteção Civil, da Cruz Vermelha e de voluntários.
Na manhã deste domingo, a espera entre o último da fila e a entrada na Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior era de, aproximadamente, uma hora. Primeiro sob o frio das primeiras horas da manhã. Agora, sob o calor intenso do início da tarde.
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À medida que as horas passam, adensa-se o movimento de turistas e de automóveis. Torna-se mais difícil circular por Santa Maria Maior.
Sejam mais jovens, ou mais idosos, pessoas com mobilidade reduzida que entram com prioridade na fila.
A logística de segurança inclui reforço policial, de elementos da Proteção Civil, da Cruz Vermelha e de voluntários.
Na manhã deste domingo, a espera entre o último da fila e a entrada na Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior era de, aproximadamente, uma hora. Primeiro sob o frio das primeiras horas da manhã. Agora, sob o calor intenso do início da tarde.
Por isso, a Proteção Civil aconselha as pessoas para que tragam chapéus e água, antecipando uma cada vez mais longa espera, até às 19h30, a hora prevista para o encerramento da Basílica.
Cerca de 20 mil pessoas deslocaram-se na manhã deste domingo à Basílica de Santa Maria Maior, de acordo com a agência EFE, que cita fontes policiais.
Entre as 7h00 locais e as 12h00 aproximaram-se do templo cerca de 20.000 pessoas, das quais 13 mil tinham entrado.
A Basílica de Santa Maria Maior abriu este domingo pela primeira ao público depois de, no sábado, Francisco ter ali sido sepultado numa cerimónia privada após a missa exequial, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
A sepultura consiste, tal como o sumo pontífice pediu no testamento, numa lápide simples de pedra de Ligúria, a terra dos seus antepassados italianos, com a inscrição "Franciscus" (Francisco, em latim).
O Papa Francisco morreu na segunda-feira, aos 88 anos, depois de 12 de pontificado.
Nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.
[notícia atualizada às 12h15 com número de visitantes]