28 mai, 2018 - 12:40 • Olímpia Mairos
Chama-se Douro Inclusivo o projeto do Museu do Douro para melhorar as condições de visita de pessoas com necessidades especiais, através de diversas ferramentas como vídeos em língua gestual, conteúdos em braille e áudio-guias.
O projeto resulta de uma candidatura da Fundação Museu do Douro à linha de apoio à valorização turística do Interior e visa contribuir para a “excelência turística”, num território que é Património Mundial da UNESCO, bem como promover a inclusão cultural e a cooperação transfronteiriça.
À Renascença, Luís Carvalho, do Museu do Douro, conta que o projeto agrega quatro ações diferentes, entre as quais se destaca a iniciativa “Turismo acessível – Museu Inclusivo”. O objetivo é "chegar aos públicos com necessidades especiais" que visitam cada vez mais o museu, explica. "Pretendemos que o Museu do Douro seja um espaço cultural de vanguarda no acolhimento desses públicos.”
No âmbito do projeto, a unidade museológica sediada no Peso da Régua será adaptada com novos equipamentos e tecnologias direcionadas para os públicos com necessidades especiais, desenvolvendo conteúdos em língua gestual para surdos ou em braille para invisuais. “Queremos que um invisual possa, de forma completamente autónoma, fazer a sua visita ao Museu do Douro”, realça Luís Carvalho.
Para estes visitantes, os produtos de apoio à comunicação digital pretendem converter a informação visual em tátil ou áudio, havendo ainda planos para produzir placas de sinalização tátil gravadas em acrílico com braille. Já as pessoas com deficiências auditivas terão acesso a um “pocket guide” (guia de bolso) e a vídeos em língua gestual.
O Museu do Douro vai também disponibilizar áudio-guias em alemão, inglês, francês e castelhano e ainda uma aplicação móvel que combina uma planta do espaço com um sistema de interação que fornece ao utilizador acesso automático a informação relativa à área onde se encontra.
Os conteúdos vão ficar disponíveis em diversos formatos (áudio, textos e vídeos de língua gestual) para serem acessíveis independentemente das capacidades de cada utilizador.
O Museu do Douro foi o primeiro museu de território construído em Portugal, tendo sido criado na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República em 1997. O edifício-sede abriria portas nove anos depois, em 2008.
O espaço cultural propõe-se ser “uma porta de entrada” para uma viagem pela região, pelo rio, barragens, socalcos, quintas e vinhos que caracterizam o património mundial, assim classificado pela UNESCO em 2001.
Nos últimos anos, o número de visitantes na instituição tem crescido consecutivamente. Ali chegam milhares de visitantes provenientes de muitos países, com destaque para o Brasil, Estados Unidos da América e Austrália, bem como da França, Bélgica ou Luxemburgo.