27 mar, 2019 - 15:29 • Olímpia Mairos
Há quem diga que é um dos rios mais bonitos do mundo. Atrai muitos turistas e é motor de desenvolvimento. Falamos do Douro que nasce na Serra de Urbión, no norte de Espanha, a 2160 metros de altitude, e atravessa o norte de Portugal, até à sua foz, junto às cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.
O terceiro rio mais extenso da península Ibérica vai passar a contar com um guia de rio, no âmbito de um projeto ibérico. O objetivo é ajudar à descida do rio, desde a nasceste à foz, com a utilização de canoas ou caiaques.
“Hoje em dia, muitos dos grandes rios do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos da América, contam com este tipo de guia de rio. O rio Douro carecia de um documento deste género, para se poder atravessar as mais diversas localidades, tanto do lado português como espanhol”, refere o presidente da Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD), Artur Nunes
O projeto da AIMRD estende-se desde a nascente do rio Douro, nos Picos de Urbión, em Espanha, até à foz, na cidade do Porto, dividindo-se o percurso em 26 etapas, que também podem ser feitas a pé ou de bicicleta.
“Vamos navegar o Douro por dentro, mas também por fora, para analisar portos e pequenos embarcadouros, com o objetivo de posicionar o Douro como destino turístico em toda a sua extensão”, explica Artur Nunes.
Com a ajuda do guia, quem se propuser e aventurar a descer o rio Douro vai conhecer os percursos navegáveis, saber onde comer ou dormir, ou até mesmo o grau de dificuldade do percurso ou tempo que leva a percorrer.
O projeto “Guia de Rio” está incluído num projeto mais abrangente, o “Flumen Durius”, provido de 1,4 milhões de euros, financiados em 75% por fundos da União Europeia através do INTERREG Portugal - Espanha. Uma iniciativa de cooperação transfronteiriça com o objetivo de valorizar o maior potencial natural existente entre Espanha e Portugal: o rio Douro.
O rio Douro possui 897 km de comprimento, 572 km em solo espanhol, 213 km navegáveis em território português, e 112 km de caráter internacional, pois o seu curso faz de fronteira.
No curso de água a quem Miguel Torga se referiu como “um excesso da natureza”, destaca-se o valor da sua paisagem natural e da sua biodiversidade, com um vasto território dentro da Rede Natura 2000, mais de 5000 quilómetros quadrados Locais de Importância Comunitária - Diretiva Habitats (LIC), e quase 3000 quilómetros quadrados de troços fluviais que fazem parte das Zonas de Especial Proteção para as Aves (ZEPA).