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​Cascais passa a gerir o polo da Cidadela do Museu da Presidência da República

22 jan, 2020 - 19:41 • Maria João Costa

A Câmara Municipal passa a programar o polo do Museu da Presidência da República da Cidadela de Cascais. O acordo com Belém tem o “sim” de Marcelo Rebelo de Sousa.

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Aberto em 2011, quando Diogo Gaspar era diretor do Museu da Presidência, o polo instalado na Cidadela de Cascais vai passar a ter a gestão programática da Câmara de Cascais. A vontade da autarquia é antiga, confirma Salvato Teles de Menezes, que indica que com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, a vontade concretizou-se.

Em declarações à Renascença, o administrador da Fundação D. Luís I, que integra o Bairro dos Museus, indica que “a Câmara Municipal de Cascais e a Fundação D. Luís I ambicionavam poder utilizar ou integrar o espaço do Museu da Presidência na sua programação”. No caminho do processo houve “aspetos administrativos e burocráticos” que foi “preciso resolver”, esclarece Salvato Teles de Menezes, acrescentando: “Acabamos por resolver isso com a intervenção do senhor presidente da Câmara e, naturalmente, a aceitação e concordância do senhor Presidente da República”.

Com a passagem de testemunho acordada entre a autarquia gerida pelo social-democrata Carlos Carreiras e o presidente da República, também destacado munícipe de Cascais, a vila vê o Bairro dos Museus aumentado. Além do Museu da Presidência, o “bairro” que assinala cinco anos de vida este ano integra também espaços como a Casa das Histórias Paula Rego e o Centro Cultural de Cascais.

Questionado pela Renascença sobre a relação que Cascais irá manter com a Presidência da República quanto ao espólio do museu, Salvato Teles de Menezes refere que “não há qualquer perspetiva de imposição de coisa nenhuma” do lado da autarquia de Cascais. O administrador da Fundação D. Luís I admite, no entanto, alguns ajustes: “Uma vez que passamos a gerir esse espaço, naturalmente iremos programá-lo de modo a preservar a linha de coerência que definimos para os diversos equipamentos que compõe o Bairro dos Museus”.

Na Cidadela, que foi casa de veraneio de monarcas portugueses e que passou, com o regicídio, para a tutela da Presidência, haverá novas exposições para ver. Desde logo, uma mostra que irá assinalar o 25 de Abril.

O administrador da Fundação D.Luis I explica que irão apresentar “um conjunto de documentos importantes para compreender o que é o 25 de abril de muitas perspetivas”. Será com “a obra gráfica de João Abel Manta publicou em diversos jornais e revistas” que irão abrir a programação da autoria de Cascais. “É um documento importantíssimo para a compreensão de vários aspetos daquilo a que se chamou na altura o PREC”, explica Salvato Teles de Menezes em declarações à Renascença – e que poderá ouvir esta sexta-feira no programa Ensaio Geral, depois das 23h00.

Recorde-se que um parecer do Tribunal de Contas de julho do ano passado recomendava à Presidência da República uma correta inventariação dos bens de natureza cultural de Belém. A recomendação surgiu depois de o ex-diretor do museu, Diogo Gaspar, ter sido apontado como suspeito pela apropriação de obras de arte e até mobiliário da Presidência, nomeadamente da Cidadela de Cascais. Segundo a acusação, Diogo Gaspar terá obtido lucro com o aluguer ocasional de alguns desses bens.

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