09 fev, 2020 - 23:13 • Daniela Espírito Santo
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas premiou, esta madrugada, os melhores do cinema na 92.ª edição dos Óscares.
O filme "Joker" liderava as nomeações, com 11 categorias a concurso. "O Irlandês", "Era Uma Vez... Em Hollywood" e "1917" tinham dez nomeações.
Acompanhe o que se passou por ordem cronológica (os resultados estão no final e aqui).
Veja algumas das estrelas que marcam presença na 9(...)
A cerimónia, que volta a não ter apresentador principal, começou com uma atuação de Janelle Monaé a cantar a canção de "A Beautiful Day in the Neighborhood". Antes, e ainda na passadeira vermelha, Natalie Portman deixava uma mensagem: o seu casaco tinha escrito o nome de algumas realizadoras não nomeadas para os Óscares este ano (na categoria de Melhor Realizador, apenas homens estão nomeados).
Chris Rock e Steve Martin foram os primeiros a tomar da palavra, usando o discurso de abertura para também falar do mesmo assunto, criticando com humor "o que faltava" na categoria de Melhor Realizador.
O primeiro vencedor da noite foi Brad Pitt, agraciado com o prémio de melhor ator secundário. Durante o seu discurso de 45 segundos, agradeceu ao realizador Quentin Tarantino, aos duplos de Hollywood, aos filhos e a quem o ajudou a construir a sua carreira. "Procurem o melhor nas pessoas. Esperem o pior, mas procurem o melhor nas pessoas", desejou.
De seguida, ficamos a conhecer o melhor filme de animação que, sem surpresas, foi para "Toy Story 4", com a equipa responsável a agradecer às respetivas famílias. No mesmo fôlego, eis o vencedor de melhor curta de animação: "Hair Love". Novamente, zero surpresa. "Queremos normalizar o cabelo negro", pediu Matthew Cherrt, que fez uma singela homenagem a Kobe Bryant durante o discurso (ou não fosse ele também um antigo atleta profissional - NFL - agora oscarizado).
Num momento verdadeiramente especial, subiram a palco as várias atrizes que dão voz a Elsa, de "Frozen II", um pouco por todo o planeta. Pena não termos tido oportunidade de ver Portugal representado na figura de Ana Encarnação...
"Parasitas" venceu o seu primeiro Óscar da noite na categoria de Melhor Argumento Original. Em palco, Bong Joon Ho e Han Jin Won agradeceram à "Hollywood" da Coreia do Sul e mostraram-se muito felizes por levarem para o país a primeira estatueta.
Já o prémio de Melhor Argumento Adaptado foi para "Jojo Rabbit". Taika Waititi, num discurso divertido e meio atabalhoado, agradeceu à mãe e deixou uma mensagem de esperança para todas as "crianças indígenas" (Waititi é maori, povo nativo da Nova Zelândia).
Seguir-se-ia um dos discursos mais emotivos da noite, na altura em que o prémio de melhor curta metragem foi entregue a Marshall Curry, que aproveitou a oportunidade para agradecer todo o esforço da mãe, que não teve uma vida fácil mas conseguiu inspirar o filho a contar histórias.
O prémio para Melhor Documentário foi entregue a "American Factory" (produzido por Barack e Michelle Obama) e o de Melhor Documentário Curta-Metragem a "Learning To Skateboard In A Warzone (If You're A Girl)".
Ambas as estatuetas foram entregues a mulheres, que usaram a plataforma para falar do que defendem, pedindo aos trabalhadores do mundo que se unam e às meninas para que lutem para serem ser livres.
A atriz venceu a estatueta pelo papel em "Marriage Story", onde ficou famosa por um discurso emotivo sobre o papel das mulheres. No discurso de vitória, agradeceu aos enteados e aos pais. "Há quem diga para nunca conheceres os seus heróis. Eu digo que, se tiveres muita sorte, os conheces como teus pais", disse Dern, entre soluços, elogiando os pais, Bruce Dern e Diane Ladd, também eles atores.
Uma das promessas desta noite, "1917" (ou melhor, Roger Deakins) venceu na categoria de Melhor Cinematografia, facto que também não representou grande surpresa. Pouco depois, venceria também na categoria de Melhores Efeitos Visuais.
Também "Ford vs Ferrari" recebeu um segundo Óscar: depois de levarem para casa Melhor Edição de Som, conseguiram arrecadar também Melhor Edição.
Bong Joon Ho vence o Óscar de Melhor Realizador, para surpresa de todos, incluindo o próprio.
"Quando estava na escola, estudava o trabalho do Scorcese. Só estar nomeado já era uma grande honra", explica, com ajuda de uma tradutora, o sul-coreano, que partilhou uma frase do outro realizador. "Quanto mais pessoal, mais criativo".
Antes, Elton John subiu ao palco para receber o Óscar de Melhor Canção Original. "Isto não é nada mau", começa por dizer, mandando beijos aos filhos "em Sidney" e garantindo que este prémio "justifica 53 anos" de esforço e carreira.
"Sinto muita gratidão neste momento. Não me sinto melhor que os meus colegas nomeados, porque todos partilhamos o nosso amor pelos filmes. Não sei onde estaria sem isso", confessou Joaquin Phoenix, no início do seu poderoso discurso de vitória como Melhor Ator, onde prometeu "usar a voz para dar voz a quem não a tem".
Olhando para os discursos de quem defende uma ideia, o ator acredita que todos "falam sobre a luta contra a injustiça" e que "estamos todos muito desconetados do mundo natural" e "acreditamos que somos o centro do universo".
Vegetariano convicto, rejeitou a ideia de usarmos os animais para comida garantindo que os humanos são "tão criativos", que, "se usarmos o amor", cosneguimos inventar novas formas de conviver de forma saudável com a natureza.
Emocionado, falou da "segunda chance" que lhe foi dada na vida e pela indústria e do irmão, que citou "Salva com amor e a paz seguirá".
A atriz Renée Zellweger aproveitou o seu (longo) discurso para agradecer a toda a gente, como Judy Garland, a quem deu corpo no filme que lhe valeu o Óscar de Melhor Atriz, passando por Martin Scorsese e Harriet Tubman.
"Quando celebramos os nossos heróis somos relembrados de quem somos", explicou.
A maior surpresa acabaria por acontecer já na última categoria da noite, com "Parasitas" a levar para casa a estatueta mais cobiçada da noite, a de Melhor Filme. Bong deu, então, espaço ao restante elenco do filme para tomarem conta do microfone e uma das atrizes, Lee Jung-eun, tomou a oportunidade para assegurar que "um momento muito oportuno na História está a acontecer agora".
Já Jang Hye-jin agradeceu a Bong por tudo, deixando elogios ao seu "cabelo louco" e à forma como o realizador "fala, anda" e orienta a equipa.
Relembrando que vieram da Coreia do Sul, o elenco agradeceu o apoio dos cinéfilos locais, que "nunca hesitam na hora de nos dar opiniões diretas" para evitar a complacência".
Ford V Ferrari
Joker