01 abr, 2022 - 13:51 • Maria João Costa
Fica no número 193 da Rua de São Bento, em Lisboa. A Casa-Museu Amália Rodrigues foi a última morada, onde a fadista viveu 44 anos. Hoje é um espaço aberto a visitas e que em breve vai integrar a rede de Casas e Museus de Músicos Europeus.
O protocolo será assinado no próximo dia 3 de abril, em França, na cidade de Bougival, perto de Paris. A Casa-Museu Amália Rodrigues é uma porta de entrada para o mundo da fadista. Cumprindo uma vontade da própria, a sua morada mostra ao visitante parte da sua vida, os seus vestidos e joias de palco e a sala onde tantas vezes se cantou fado e recebia os seus amigos e artistas.
Em comunicado, o Presidente da Fundação Amália Rodrigues, Vicente Rodrigues afirma que “participar nesta rede é uma honra e um passo importante na afirmação internacional da Casa-Museu Amália Rodrigues”. Aquele museu muito procurado pelos estrangeiros que vistam Lisboa passa a “integra um circuito europeu de casas e museus de personalidades como Mozart, Chopin, Beethoven, Bizet, Brahms e Pablo Casals”, diz Vicente Rodrigues.
Para o responsável, esta integração na rede europeia “é um privilégio para o nosso país” e coloca “Amália entre os mais importantes músicos europeus de todos os tempos”. Inaugurada a 23 de julho de 2001, a Casa-Museu Amália Rodrigues conserva memórias da fadista no jardim florido que Amália tanto gostava, onde vive ainda hoje o seu papagaio “Chico”.
A rede de Casas e Museus de Músicos Europeus, criada no âmbito da Presidência francesa do Conselho da Europa, conta hoje com cerca de 40 entidades de 20 países europeus. Portugal está representado por outras Casas-Museu como as Casas António Fragoso, Francisco de Lacerda e Moreira de Sá e Costa.
“Fundada e presidida por Jorge Chaminé”, esta rede “tem como objetivos organizar atividades culturais e artísticas centradas na mobilidade de jovens músicos, fomentar trabalhos de investigação, criar temporadas temáticas partilhadas pela rede, promover projetos de cooperação com a ajuda de fundos europeu, entre muitos outros desígnios”, refere o comunicado.
A entrada da Casa-Museu Amália Rodrigues nesta rede vai permitir, segundo a Fundação que leva o nome da fadista, dar continuidade ao “trabalho de preservação, estudo e divulgação do legado de Amália”, e simultaneamente “aprofundar a partilha de competências e experiências com as outras entidades que integram a rede”, lê-se no comunicado.
Foi no famoso salão da casa onde Amália se reunia com muitos poetas como Manuel Alegre, ou pintores como Maluda e compositores como Alain Oulman que foi gravado em 1968, o disco da fadista com o brasileiro Vinicius de Moraes.