22 jun, 2016 - 19:21
Passaram 82 anos desde que Ferdinand Porsche assinava o contrato de desenvolvimento de um dos carros mais adorados do mundo. Decorria o dia 22 de Junho de 1934 quando Ferdinand Porsche dava o primeiro passo para a construção do Volkswagen Tipo 1, conhecido em Portugal como Carocha.
Mal sabia o engenheiro austro-húngaro que o seu protótipo seria um dos carros mais idolatrados do mundo. A fama deste carro alemão levou à instauração do Dia Mundial do Carocha em 1995.
O carro é reconhecido pelo seu desenho, mas quase ninguém o conhece pelo seu nome oficial. Se em Portugal o carro é conhecido por Carocha, na Alemanha é Kafer, na França Coccinelle, no Brasil Fusca, na Espanha Escarabajo, na Guatemala Cucaracha, nos Estados Unidos Beetle e, ufa!, em Cabo Verde Baratinha.
A criação do Volkswagen Carocha teve por base uma ideia de Adolf Hitler em construir um “carro do povo ” – e está aqui a origem do termo Volk (povo) + Wagen (carro). Hitler exigia aos engenheiros dois lugares para adultos e três para crianças, com base no número médio de filhos por casal, uma velocidade média de 100 km/h e um consumo de combustível mínimo de 13 km/litro. O motor tinha de ser refrigerado a ar.
Dada a luz verde, surgiram três projectos para avaliação, mas o eleito seria o de Ferdinand Porsche. Os outros dois protótipos foram elaborados por Josef Ganz e Edmund Rumpler, mas, como eram judeus, acabaram por ser rejeitados.
Apesar do contrato de desenvolvimento ter sido assinado em 1934, a produção só teve início em 1938. Seguiram-se anos de êxito, nos quais o Volkswagen Tipo 1 liderou a produção automóvel até que em 2003 a produção foi cessada. Posteriormente, a marca Volkswagen produziu mais duas gerações modernizadas do Carocha, mas que não obtiveram o mesmo êxito.
O carocha eternizado na cultura
A fama e mística do Carocha levou vários músicos e realizadores a fazerem canções e filmes inspirados pelo carro.
Em 1968, o realizador Robert Stevenson criou a personagem Herbie, um Carocha que falava no filme “Se o Meu carro Falasse”.
O sucesso do filme levou o mesmo autor a realizar em 1974 o filme “Herbie, Um Carocha dos Diabos” e em 1977, o realizador Vincent McEveety fazia para a Walt Disney “Herbie, Um amor de Carro”. O mesmo autor que em 1980 lançava o filme “As Novas Diabruras de Herbie”. A última aparição de Herbie, deu-se em 2005: “Herbie – Prego a Fundo”, de Angela Robinson.
Em Portugal, Fernando Correia Marques, deu ritmo ao Carocha através da canção “O Carocha do Amor”.
No Brasil, o carro é conhecido como “Fusca” e tem dado origem a várias cantigas sertanejas. A mais conhecida será “Fuscão Preto”, da autoria de Almir Rogério.