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Capicua vence Prémio José Afonso com o disco Madrepérola

02 nov, 2022 - 14:35 • Maria João Costa

A rapper do Porto venceu, por unanimidade, o Prémio José Afonso 2021. Atribuído pela autarquia da Amadora, o galardão distinguiu o álbum “Madrepérola”. Foram também entregues quatro menções honrosas aos músicos Samuel Úria, Cristina Branco, Dino d’Santiago e Selma Uamusse.

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Foi uma escolha unanime do júri. O disco “Madrepérola” da rapper Capicua é o vencedor do Prémio José Afonso 2021. Lançado em janeiro de 2020, o disco conta com a participação de músicos como os fadistas Camané e Ricardo Ribeiro, e a brasileira Mallu Magalhães. O prémio no valor de cinco mil euros é atribuído pela Câmara Municipal da Amadora.

Em comunicado, o júri destaca a “qualidade das letras, a interpretação emotiva e a cuidada produção do álbum” de Capicua. Considera este trabalho musical da rapper como “mais uma prova da atualidade do empenho crítico da artista” e considera a sua carreira “significativa e cada vez mais reconhecida pela sua importância musical e social”.

Editado em 2020, “Madrepérola” é o terceiro disco da carreira de Capicua. As composições nasceram durante o período em que a artista esteve grávida e alguns dos temas fazem referência à maternidade.

“A metáfora da ostra que faz a pérola tem tudo que ver com falar de coisas sérias de uma forma mais luminosa, no sentido em que as ostras só fazem pérola quando entra um grão de areia na concha e começa a incomodar, elas criam uma espécie de baba que vai cobrindo esse grão de areia porque querem que deixe de incomodá-las e acabam por criar uma pérola”, disse na altura Capicua sobre o processo criativo do álbum.

O júri composto pelo compositor Sérgio Azevedo, em representação da autarquia, o maestro Hélder Gonçalves, em representação da Sociedade Filarmónica Comércio e Indústria da Amadora e pela cantora Lena d’Água que venceu o prémio em 2020 decidiu ainda atribuir quatro menções honrosas.

Distinguidos foram os dias “Canções do Pós-Guerra”, de Samuel Úria; “Eva”, de Cristina Branco; “Kriola”, de Dino d’Santiago e “Liwoningo”, de Selma Uamusse.

Atribuído desde 1988, o Prémio José Afonso visa “homenagear o cantor e compositor português José Afonso e incentivar a criação musical de raiz portuguesa, ao premiar um álbum inédito, editado no ano anterior ao da edição do prémio, cujo tema tenha como referência a cultura e a história portuguesas”, indica a autarquia.

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