20 dez, 2023 - 15:32 • Maria João Costa
A Lisboa chegaram por estes dias 23 camiões carregados de material. Tudo vem arrumado em caixas, cada uma identificada com etiquetas. É lá dentro que vem aquilo que faz o espetáculo Ovo, que a companhia Cirque du Soleil traz de novo a Portugal.
Criado pela coreografa brasileira Deborah Colker, Ovo conta com 52 artistas em palco, mas nos bastidores há uma “máquina bem oleada”, como conta à Renascença Janie Mallet, a relações públicas da companhia.
Tudo é preparado ao detalhe. Nos corredores do Altice Arena, onde o espetáculo é apresentado até dia 30 de dezembro, há até uma lavandaria. Em dia de estreia, as máquinas, que também vieram com a companhia, estão a trabalhar a todo o vapor.
Todos os figurinos coloridos, criados no Canadá, o país sede do Cirque du Soleil, são lavados e reparados quando necessário numa oficina de costura que também está montada nos bastidores.
À porta desta lavandaria e oficina de costura está um grande armário cheio de sapatos criados de propósito para este espetáculo, que tem como personagens principais os insetos. Os figurinos, tal como os sapatos, revelam animais como joaninhas, besouros, aranhas e outros bichos que ganham vida em palco.
Ovo já passou por Lisboa. Regressa agora numa versão revista e ampliada, depois da pandemia. À Renascença, Joseana Martins Costa, uma das artistas brasileiras que participa no espetáculo, conta que agora têm “novos atos bem bonitos e interessantes de se ver”. Esta carioca de 32 anos conta-nos que há novas personagens e que “as danças estão mais rápidas”. Na sua opinião “tudo está melhor”.
Até 30 de dezembro, esta companhia, que conta com mais de uma centena de pessoas a trabalhar neste Ovo, mostra um espetáculo cheio de acrobacia, dança e música. Entre os artistas participantes em ensaio encontramos outro brasileiro.
Wellington Lima está há 25 anos no Cirque du Soleil. Representa um “grilo” e faz um número de trampolim. O ginasta, que já venceu o Campeonato Nacional de Trampolim Acrobático, explica que faz “um dos números mais arriscados que existe no circo", porque salta "numa parede de quase sete metros de altura”.
Cada um destes artistas é responsável não só pelo seu figurino, mas também pela sua caraterização. Nos bastidores estão armários cheios de maquilhagem com a fotografia de cada um dos personagens. A cada artista, explica-nos Janie Mallet, cabe a missão de se pintar. Em cada uma das fotografias estão as indicações de que cores usar e a que pincéis recorrer.
Nos bastidores há também um espaço de carpintaria e outro, uma espécie de “floresta” de metal, onde os acrobatas ensaiam. Montado todo sobre rodas, o palco que ocupa o centro do Altice Arena esconde também por trás a equipa de seis músicos que cantam e tocam as músicas originais do espetáculo.
Ovo vai estar no Altice Arena a partir desta quarta-feira e até dia 30 de dezembro. A companhia passa o Natal em Portugal.