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Prato ancestral da Costa do Marfim inscrito Património Cultural Imaterial da Humanidade

05 dez, 2024 - 00:38 • Lusa

É feita a partir de tubérculos de mandioca secos, esmagados e peneirados. A farinha resultante é misturada com mandioca fermentada e depois cozida a vapor.

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Mulher prepara o attiéké, prato tradicional da Costa do Marfim. Foto: Legnan Koula/EPA
Mulher prepara o attiéké, prato tradicional da Costa do Marfim. Foto: Legnan Koula/EPA
preparação do attiéké (attieke), prato tradicional da Costa do Marfim.  Foto: Legnan Koula/EPA
Mulheres preparam o attiéké (attieke), prato tradicional da Costa do Marfim. Foto: Legnan Koula/EPA
Mulher prepara o attiéké (attieke), prato tradicional da Costa do Marfim. Foto: Legnan Koula/EPA

O "saber-fazer" do "attiéké", prato ancestral e emblemático da Costa do Marfim, foi inscrito esta quarta-feira na lista do património cultural imaterial da humanidade pela UNESCO.

"Prato fundamental do rico património culinário da Costa do Marfim, e profundamente enraizado no quotidiano das suas comunidades, o "attiéké" é consumido todos os dias e em diversas cerimónias como casamentos, baptizados, funerais e reuniões comunitárias", explicou Ramata Ly-Bakayoko, delegada permanente da Costa do Marfim junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que participou na 19.ª sessão intergovernamental sobre a salvaguarda do património cultural imaterial, em Assunção, capital do Paraguai.

O "attiéké", a sêmola de mandioca ligeiramente azeda que acompanha o peixe e a carne com molho, é um elemento essencial da alimentação quotidiana na Costa do Marfim e em muitos outros países da África Ocidental.

É feita a partir de tubérculos de mandioca secos, esmagados e peneirados. A farinha resultante é misturada com mandioca fermentada e depois cozida a vapor.

Com o tempo, tornou-se um marco da cultura costa-marfinense e um motivo de orgulho que é exportado para todo o continente.

"Estas competências baseiam-se em gestos precisos e técnicas tradicionais que perduram há séculos", explicou Ly-Bakayoko.

As comunidades transmitem "esta prática cultural de geração em geração", principalmente "de mãe para filha", e fizeram dela "um pilar da sua identidade e, para além disso, da de toda a Costa do Marfim", acrescentou.

"Os povos lagunares [do sul da Costa do Marfim] são os detentores e os praticantes das técnicas de fabrico do "attiéké"", explica a candidatura apresentada pela Costa do Marfim.

Esta prática "estendeu-se a outras comunidades, tanto marfinenses como estrangeiras, que vivem no território nacional" e "muito para além da Costa do Marfim, nomeadamente no Burkina Faso, Togo, Benim, República Democrática do Congo e China", lê-se no documento.

Em 2023, a Organização Africana da Propriedade Intelectual (OAPI) registou o "attiéké des lagunes" como Indicação Geográfica Protegida (IGP) e, em meados de 2024, foi-lhe concedida uma "marca colectiva", impedindo que as farinhas de mandioca produzidas noutros países fossem comercializadas com o nome "attiéké".

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