03 jan, 2025 - 18:23 • Diogo Camilo
“Juntos somos mais fortes” ou “a união faz a força” são algumas das frases que usamos para salientar a importância do trabalho de equipa. Mas os seres humanos não são os que melhor se organizam em conjunto para uma determinada tarefa.
Ou pelo menos é o que indica o resultado de um estudo divulgado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), e que coloca as formigas-loucas como a verdadeira campeã da inteligência coletiva.
Estas formigas, que recebem o nome devido à forma como andam, com movimentos rápidos e imprevisíveis, foram utilizadas por investigadores do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, por serem capazes de trabalhar em equipa para mover um objeto por um mini-labirinto.
Assim, a equipa colocou grupos de humanos e formigas a manobrar um objeto em forma de T - proporcional ao seu tamanho - por entre paredes. Para equilibrar o desafio, devido à comunicação por feromonas de formigas, humanos ficaram impedidos de comunicar e usaram máscaras e óculos de sol em algumas das experiências.
O estudo, acima de tudo, sublinha a forma como formigas e humanos trabalham em conjunto de maneira diferente: enquanto os insetos agem como um “superorganismo” e se unem para um objetivo comum, entre humanos há dinâmicas de poder e preferências individuais, o que tornam o movimento seguinte menos evidente.
“Assumimos que a formiga-louca branca consegue discernir o contexto do transporte cooperativo, já que não fazem distinção em relação à geometria de um problema específico e aplicam sempre as mesmas regras de comportamento”, referem os investigadores, enquanto humanos mostraram ter “diferenças interpessoais”
Em algumas das experiências, os grupos de pessoas atuaram até pior que como indivíduos - e pior do que uma só formiga -, enquanto formigas “superam-se em contextos de cooperação”.